Cartas de amor são alternativa romântica para se declarar

A fotógrafa paulistana Thaiane de Oliveira Dalvino, de 19 anos, é um exemplo de quem, apesar da tecnologia, nunca deixou de escrever cartas à mão

Cartas de amor são alternativa | Divulgação
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Em tempos dominados por mensagens curtas, por torpedos de celular, conversas em MSNs e e-mails, as cartas de amor acabaram virando quase que peça de museu, coisas que a vovó fazia. Pergunte para alguém se escreve ou recebe cartas de amor, especialmente escritas de próprio punho, e veja a resposta. São poucas as pessoas que dedicam tempo, energia e atenção ? que sentam para redigir um texto dedicado exclusivamente ao objeto da adoração. No dia 12 de junho, para fazer diferente, quem sabe vale colocar o "coração no papel", deixar os bytes de lado por um tempo, e agradar quem se gosta? O importante, neste caso, é não temer o ridículo, pois como escreveu Fernando Pessoa, a partir de seu heterônimo, Álvaro de Campos, "todas as cartas de amor são ridículas. Não seriam cartas de amor se não fossem ridículas".

A fotógrafa paulistana Thaiane de Oliveira Dalvino, de 19 anos, é um exemplo de quem, apesar da tecnologia, nunca deixou de escrever cartas à mão. Dona de uma comunidade sobre o tema em um site de relacionamentos, ela começou as "atividades" na adolescência, redigindo textos para as amigas de escola. Mas a primeira carta de amor foi endereçada aos 12 anos. "Eu sempre achei mais impactante receber ou entregar algo que se pudesse ver, tocar, algo com cores. É mais especial entregar uma carta, assim como é revelar uma foto e colocar em um quadro na sala de estar, mesmo as pessoas ultimamente só as postando online. Quando criança eu sempre tive o costume de enviar bilhetinhos, assinar meus desenhos e acho que isso aconteceu continuamente. Tenho muitos amigos fora de São Paulo também, então sempre escrevo em alguma data especial, para mandar algum presente ou fofocar", diz.

Ela não tem idéia de quantas cartas enviou desde lá, mas afirma que escreve bastante, mas para poucas pessoas. "Algumas amigas têm mais de dez cartas escritas por mim, eu também escrevia para minha mãe quando era criança, e alguns garotos que gostei também receberam uma ou duas cartas", revela. Contudo, nem todas foram encaminhadas aos destinatários. "Acho que todos temos uma carta guardadinha por aí que não tivemos coragem de entregar ou porque no fim das contas descobrimos que a pessoa já não merecia mais".

Thaiane diz nunca ter recebido cartas de amor de garotos, apenas de amigas. A preferência por cartas em vez de e-mails, conforme a fotógrafa, é porque a caligrafia é algo único. "Uma carta não pode nunca ser apagada ou deletada, a não ser que você a rasgue e jogue fora, mas até o sentimento de rasgar a carta é diferente do sentimento de deletar um e-mail."

Já o dramaturgo Willian (pediu para não identificar o sobrenome), também de 19 anos, começou a escrever cartas de amor por iniciativa dos amigos, mas por razões a mais do que as simplesmente românticas. "Fazia isso para levantar uma graninha diária". Todas, segundo ele, foram entregues pessoalmente "porque na época não havia banda larga para os menos favorecidos", ao explicar a preferência pelo papel em vez de e-mails. Willian conta que, embora nunca tenha recebido cartas de amor, escrevia no lugar dos amigos com gosto. "Em média, 70% apreciava poesia", informa o cupido.

Dicas para se inspirar

Com o kit importado Love Notes (em inglês) pode ficar mais fácil escrever ao amado/a. São 32 páginas com sugestões de como tornar um simples "i love you" em algo especial. Acompanha quatro carimbos e almofada de tinta (um casal de mãos dadas, uma boca, um coração e XX00 ? símbolo de abraços e beijos na língua inglesa). Pode ser encontrado ao preço de R$83,00 na butique Revelateurs (www.revelateurs.com.br)

O livro "Carta para Você", organizado por Joshua Knelman (da editora Alfaguara, com 272 páginas e preço sugerido de R$39,90), traz cartas de amor escritas por alguns dos mais importantes escritores da nova geração. Entre os escritos, cartas de Martha Medeiros, Adriana Lisboa e Xico Sá.

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