Estacionar em locais proibidos é uma das principais infrações cometidas em Teresina, e ao cometer este delito, motoristas comprometem até mesmo os veículos que prestam atendimento médico, o que pode dificultar os atendimentos de urgência.
O agente do Samu, Girleno França, trabalha há 5 anos prestando atendimentos de urgência na Maternidade do Satélite, localizada na zona Leste de Teresina, e relata um problema recorrente: carros estacionados em áreas para embarque e desembarque de ambulâncias.
Além do fato do alpendre na entrada ter falhas na estrutura que não permitem que ambulância estacione exatamente na porta da Maternidade, os carros estacionados nas vagas próprias das ambulâncias atrapalham ainda mais o atendimento médico de urgência e entrega de pacientes e remoção para transferência para a Evangelina Rosa.
"O acesso já não é muito bom e ainda tem a questão de carros de funcionários e pacientes entre outros profissionais, que sabem que essa área é reservada para embarque e desembarque de pacientes", conta Girleno.
De acordo com o agente, as pessoas que utilizam as vagas alegam que não têm estacionamento.
"Se eu chego com uma paciente que está com uma complicação, seja ela qual for, na gravidez, ela necessita de uma entrega rápida para ser atendida por um médico. Mas essa entrega fica complicada porque eu não tenho como encostar a ambulância de um modo a fazer a retirada por conta da condição da via e porque tem o carro dos funcionários atrapalhando essas ambulâncias".
Por várias vezes, a coordenação do hospital foi notificada a respeito do problema, mas, segundo o agente do SAMU, o setor administrativo não conseguiu dar uma resposta positiva para o serviço.
"A realidade que a gente encontra é justamente essa. O problema vai continuar existindo porque os funcionários insistem em colocar seus carros em um local destinado para as ambulâncias", disse.
Para Girleno França, uma das alternativas para resolver esse problema seria um acordo e orientação aos profissionais sobre vagas reservadas. "As pessoas têm que ter um pouco de empatia também, pois pode ser um parente deles e até mesmo alguém que não seja parente de ninguém daqui. É uma pessoa que precisa de atendimento e com respeito. A gente não tem como prestar esse atendimento respeitoso em uma situação em que não pode nem colocar uma ambulância para esse paciente ser entregue ao médico de maneira rápida e ágil", conta.
Infração é do tipo leve, mas traz muitos transtornos
Torquato Sousa, agente da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans), informou que diariamente realiza visitas nas entradas de hospitais e maternidades para que esse tipo de ação seja evitada.
"É uma infração leve, mas que causa extremos transtornos, muitas vezes em hospitais de urgência. Sempre recebemos ligações do SAMU sobre os estacionamentos indevidos", conta.
A multa é de R$ 88 e o veículo é passível de remoção. Torquato explicou que realiza a conscientização de quem provoca transtornos nos hospitais e aplica as advertências para que demais pacientes cheguem em segurança.
"Ligando para o telefone 3122-7317, mandamos uma viatura diretamente para o local e realizamos a fiscalização", informou Torquato Sousa. (A.S.)