Um carro-bomba explodiu nesta quarta-feira (29) bem próximo de um quartel da guarda civil espanhola, em Burgos, cidade localizada no norte do país, deixando pelo menos 46 feridos. Segundo o ministro do Interior, todos os feridos já tiveram alta do hospital.
As autoridades atribuíram o ataque ao grupo separatista basco ETA, mas ninguém o assumiu ainda.
De acordo com um porta-voz da polícia, a explosão ocorreu por volta de 4h30 (horário local, 23h30 em Brasília), provocou grandes danos no edifício e também em imóveis vizinhos e abriu uma cratera de sete metros de diâmetro por um metro e meio de profundidade.
De acordo com o serviço de saúde local, agentes e civis - entre eles parentes dos guardas civis e até cinco crianças - sofreram ferimentos leves. Entre eles, 38 foram medicados em hospitais da região. Os demais feridos foram atendidos no próprio local da explosão.
Nenhuma organização assumiu responsabilidade sobre o ataque, mas a polícia suspeita de ação do grupo separatista ETA. "Foi um atentado fracassado com que o ETA buscava tirar vidas", disse ao jornal "El País" o ministro do Interior, Alfredo Pérez Rubalcaba.
A explosão afetou o solo e 14 andares do quartel. Os primeiros pavimentos sofreram os maiores danos, segundo o delegado Miguel Alejo.
O quarteirão atingido está interditado. Forças de segurança analisam as gravações das câmaras de vigilância do local para ver em que momento o veículo foi estacionado e se é possível distinguir algum criminoso.
De acordo com cálculos da polícia, ao menos 200 kg de explosivos foram utilizados.
O delegado da Junta de Castilla e León, em Burgos, Jaime Mateu, disse que ?foi um autêntico milagre a explosão não ter feito mortos?.
As autoridades acreditam que o ETA está pressionado para mostrar quer ainda pode realizar ataques apesar de ter sido enfraquecido pos várias prisões, incluindo de seu suposto líder, Jurdan Martitegi, em abril.
O ETA é considerado responsável por ao menos 80 mortes nos últimos 40 anos em sua campanha pela independência do País Basco, região localizada entre o norte da Espanha e o sul da França.
Repercussão
A Comissão Europeia (órgão executivo da União Europeia) condenou o atentado e expressou sua solidariedade aos cidadãos e às instituições democráticas na luta contra o terrorismo.
"Em nome da Comissão Europeia e no meu próprio, quero expressar nossa mais firme condenação", disse, em comunicado, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, que qualificou o ataque de "indiscriminado e selvagem".