Caos no transporte urbano deixa pessoas sem ter como voltar para casa em Fortaleza

Dezenas de pessoas ocupavam os pontos de ônibus da Capital à espera de transporte

Caos no sistema de transporte urbano deixa pessoas sem ter como voltar para casa em Fortaleza | Diário do Nordeste
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Como vou voltar para casa? Esta certamente foi a pergunta feita pelos fortalezenses ao sair do trabalho. Com a greve dos trabalhadores do transporte coletivo, os pontos ficaram lotados de pessoas ? espera dos ?nibus que ainda circulavam. Mas quando os ve?culos paravam, a decep??o: quase todos j? estavam superlotados. Sinal de mais espera pela frente.

??Quando eu vim de manh? estava tudo normal. Todo mundo foi pego de surpresa e agora n?o sei como nem que horas vou chegar??, lamenta F?tima Moura, que mora no Bairro Canindezinho. A vendedora era uma das dezenas de pessoas que ocupavam as ruas do Centro em busca de algum transporte para voltar para casa.

Outro grupo de pessoas contou que saiu a p? da Aldeota at? a Avenida Imperador para achar algum meio de voltar para o Bairro Bom Jardim. ??Ficamos andando de um lado para outro, sem saber o que fazer??, ressalta o seguran?a Raimundo Nonato dos Santos.

O jeito para muita gente foi apelar para outras alternativas para sair do lugar. Nas ruas, n?o era dif?cil observar a presen?a de kombis e at? de carros de passeio fazendo transporte clandestino. Alguns mototaxistas aproveitaram a situa??o para cobrar pre?os abusivos pela corrida. ??Um mototaxista pediu R$ 12 reais para me levar do Terminal da Parangaba para o do Siqueira, ? um absurdo??, reclama um jovem que preferiu n?o se identificar.

Com a paralisa??o dos ?nibus, o fluxo de v?iculos ficou maior do que em dias normais. Entre 18 e 20 horas de ontem, foram registrados diversos pontos de congestionamentonas avenidas Aguanambi, Pontes Vieira, Treze de Maio e Ant?nio Sales.

Um das situa?es mais cr?ticas foi na Avenida Carapinima. Centenas de pessoas que sa?am do trabalho ou das aulas na universidade ocupavam toda a cal?ada do Shopping Benfica, sem qualquer perspectiva de quando iriam sair dali. O excesso de ve?culos e as obras do Metrofor dificultavam ainda mais o fluxo de ve?culos, tornando o tr?nsito lento na avenida.

EM 2001

Greve marcada por confrontos e depreda??o de ve?culos

A ?ltima greve dos motoristas de ?nibus, data de maio de 2001. Na ?poca, numa das propostas, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Cear? prop?s aumentar o sal?rio de motorista de R$ 617 para R$ 650 e o do trocador, de R$ 370 para R$ 390. O vale-refei??o aumentaria em 5%, de R$ 2 para R$ 2,10. Enquanto os motoristas queriam 10% de reajuste e R$ 2,80 de vale-refei??o.

O movimento foi todo marcado por pneus furados, p?ra-brisas e vidros laterais quebrados, ?nibus depredados e at? queimados, al?m de muita insatisfa??o dos usu?rios do sistema. Por muitos momentos tamb?m, os manifestantes impediram tanto a entrada como a sa?da dos ?nibus dos terminais e o livre tr?nsito desses pelas ruas e avenidas da Capital. O uso da obstru??o de grandes vias de Fortaleza com os carros danificados foi outra t?tica usada pelos grevistas.

Ainda marcaram o per?odo, confrontos entre os manifestantes e a pol?cia, ve?culos do transporte alternativo lotados e at? passageiros deitados no ch?o dos terminais ? espera dos poucos coletivos que permaneciam circulando.

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