Caminhoneiros do Piauí descartam greve

Caminhoneiros de várias regiões do país se mobilizaram para suspender a resolução que trata da política de pisos mínimos do frete rodoviário. A resolução foi suspensa ontem, pela ANTT.

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Caminhoneiros de várias regiões do país fecharam rodovias e voltaram a ameaçar paralisar suas atividades na segunda-feira (22), em protesto à metodologia implementada na resolução 5.849/2019, que trata da política de pisos mínimos do frete rodoviário, publicada na semana passada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Para evitar um problema maior, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, solicitou formalmente a suspensão do novo piso mínimo à ANTT.  A resolução foi suspensa ainda na segunda.

Mas antes mesmo da mobilização tomar dimensões nacionais, os caminhoneiros do Piauí confirmaram que não iriam aderir ao movimento.

Humberto Lopes, presidente do Sindicato dos Transportadores - Crédito: José Alves Filho

“A resolução, infelizmente, não mobilizou a categoria porque, na verdade, não existe clima para a greve. Nós estamos com a demanda muito fraca, tem mais caminhão que serviço e isso já justifica para não parar”, disse Humberto Lopes, presidente do Sindicato dos Transportadores de Cargas e Logística do Piauí (Sindicapi), durante o Programa Diálogo Franco, na TV Jornal Meio Norte.

Em maio do ano passado, o Sindicapi apoiou a greve dos caminhoneiros autônomos, atualmente mais conhecida como a Crise do Diesel, que teve uma extensão nacional. Mas, dessa vez, é diferente, afirma Humberto.  “A realidade da época da greve geral que aconteceu em maio do ano passado é outra. Hoje, a política de preços não mudou, mas está flexível em consequência da queda do dólar. Melhorou a situação, pois foi isso tudo que ocasionou a greve passada”, explicou. 

O presidente do Sindicapi disse que caso aconteça alguma nova paralisação, as empresas estão preparadas devido a disponibilidade de frota própria. “Além da frota própria, se eles pararem hoje, se o governo der segurança, o país jamais vai parar porque os caminhoneiros pararam. Nós entendemos que os caminhoneiros estão lutando por uma causa justa, mas a situação que estão, não é diferente dos empresários de transportadoras, como de qualquer empresário”, falou.

Essa resistência às greves, segundo Humberto, também tem um viés na política que integra o cenário atual de representantes das categorias de transportes de carga. 

“Essa tabela do frete mínimo é uma ilusão, não vai resolver o problema. Todo mês tem ameaça de paralisação, compartilhamento de fake news que tiram a credibilidade do assunto”, disse.

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