Câmeras registram golpistas destruindo relógio histórico e quadro

As cenas registradas mostram a destruição promovida pelos extremistas bolsonaristas, como a destruição de relógio histórico e de quadro de Di Cavalcanti

quadro | reprodução
Siga-nos no Seguir MeioNews no Google News

Domingo, 15 de janeiro: uma semana depois do vandalismo golpista nas sedes dos Três Poderes da República em Brasília, a equipe de reportagem do Fantástico, da Rede Globo, mostrou imagens inéditas das câmeras de segurança do Palácio do Planalto.

Câmeras de segurança registram golpistas destruindo relógio histórico e quadro de Di Cavalcanti

As cenas registradas mostram a destruição promovida pelos extremistas bolsonaristas. Às 15h26, a primeira cena: um dos invasores atira um extintor contra uma das vidraças do andar térreo do palácio. Gases escapam do extintor e o homem, então, arremessa mais um, quebrando o vidro.

Relógio francês foi destruído no Planalto — Foto: g1

Seis minutos depois, às 15h33, no terceiro andar, um pedaço vivo da história do país é a nova vítima: o relógio que Dom João VI trouxe para o Brasil em 1808.

Quase às 16h, um novo atentado contra a cultura e a história: com uma barra de metal, um vândalo começa a perfurar uma obra de arte criada 60 anos atrás. São sete golpes em um quadro do grande pintor brasileiro Di Cavalcanti.

Quadro de Di Cavalcanti foi rasgado — Foto: g1

Imagens inéditas mostram o vandalismo golpista registrado pelas câmeras de segurança do Palácio do Planalto

Imagens inéditas mostram o vandalismo golpista registrado pelas câmeras de segurança do Palácio do Planalto

Imagens inéditas mostram o vandalismo golpista registrado pelas câmeras de segurança do Palácio do Planalto

Apenas 365 policiais militares estavam na Esplanada, sendo que, pelo protocolo da Secretaria, para uma multidão desse tamanho, seriam necessários 1.096. O mesmo protocolo exigiria gradis duplos de contenção nas duas margens da Alameda das Bandeiras, em frente ao Congresso Nacional, e outro gradil duplo na altura da Avenida José Sarney, mas só havia gradis simples em cada um desses pontos, guardados por poucos policiais.

No momento do ataque, não havia sentinelas da Guarda Presidencial nas guaritas. O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, vê mais indícios de conivência de gente de dentro do Palácio do Planalto:

"80%, 90% das pessoas só corriam e quebravam tudo, e tinha um grupo menor que sabia onde é que ia ir. Sabia onde era a sala de armas, sabia onde é que era o GSI, sabia onde é que era a Abin, sabia onde é que era a Secom. Então, enquanto uma turma corria e quebrava tudo, outros iam nos locais onde eles queriam ir".

O Gabinete de Segurança Institucional do Palácio do Planalto informou  que há militares do Exército sob investigação.

No âmbito do Distrito Federal, quatro inquéritos policiais militares e um da Polícia Civil foram abertos para apurar responsabilidades. O interventor federal afastou todo o comando da Polícia Militar. Oito integrantes da cúpula da Secretaria de Segurança Pública foram exonerados; já na cúpula da PM foram nove exonerações.

Ao todo, 1.843 pessoas foram detidas - 684 foram liberados e vão responder em liberdade. A Polícia Federal prendeu 1.159 pessoas.

Em nota, a Polícia Militar do Distrito Federal afirma que adotou protocolos para reforçar o policiamento preventivo na região central de Brasília. A PM diz que, antes da invasão, participantes foram presos pelo Batalhão de Trânsito porque tinham objetos como atiradeiras, bolas de gude e pedras.

A nota afirma ainda que, até o início da tarde do último domingo, eles se comportavam "de maneira colaborativa" e que, de repente, entraram em confronto com os policiais. Ainda segundo a PM do DF, centenas de pessoas foram detidas e dezenas de policiais militares ficaram feridos nos confrontos.

Também em nota, o Centro de Comunicação Social do Exército afirma que todos os fatos ocorridos no dia 8 que dizem respeito ao próprio Exército estão sendo apurados. O Palácio do Planalto não informou quantos integrantes do Gabinete de Segurança Institucional e da Guarda Presidencial estavam no palácio no momento da invasão.

A defesa de Ibaneis Rocha diz que ele repudia veementemente os atos de vandalismo e que o governo do Distrito Federal tinha um protocolo de segurança que deveria ser observado. Segundo a defesa, Ibaneis se sente traído pelo que chama de "sabotagem" e que espera que seu afastamento seja revisto.

Já a defesa do ex-secretário de Segurança do DF Anderson Torres não retornou as ligações e mensagens. Também não foi possível contato com o ex-secretário interino de Segurança, Fernando de Sousa Oliveira, e com a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro.



Carregue mais
Veja Também
Tópicos
SEÇÕES