Câmeras flagram a falta de prudência de motoristas e motoqueiros no trânsito de São Paulo e de Minas Gerais. As mortes no trânsito são cada dia mais comuns. No ano passado, só em São Paulo, quase 1,5 mil pessoas morreram em desastres.
Em Bragança Paulista (SP), a imagem gravada é impressionante. Na ultrapassagem em local proibido, um carro invade a pista do sentido contrário e atinge uma moto. O motoqueiro voa e quase é atropelado por outra moto.
A avenida em que ocorreu o acidente tem lombadas e radares para reduzir a velocidade, mas a sinalização não foi suficiente. O motoqueiro morreu uma hora depois, no hospital. O motorista do carro ainda não se apresentou à polícia.
Em uma rua de São Paulo, são os motoqueiros que desrespeitam a lei. Para fugir de uma lombada eletrônica, eles se arriscam na contramão. Em menos de uma hora, a cena se repete várias vezes.
Em outro flagrante, em um cruzamento em Belo Horizonte (MG), uma motorista avança sobre a rua preferencial e é atingida por outro veículo.
Também em São Paulo, foi enterrado o corpo de uma mulher de 30 anos, grávida de cinco meses de gêmeos. Ela foi atropelada por um motorista que apresentava sinais de embriaguez e que não tinha habilitação. A vítima caminhava pela calçada, voltando para casa após o trabalho, quando foi atingida.
Opinião
Pressa, embriaguez, comportamento agressivo. Afinal, o que leva o motorista habilitado, que a princípio conhece as regras de trânsito, a desrespeitá-las? Para os médicos especializados na área, a real causa da maioria dos acidentes é excesso de confiança, falta de consciência sobre os riscos.
?Naquele momento a pessoa esqueceu que está dirigindo. É uma ausência. Ela não está ali dirigindo, infelizmente não temos um motorista, nós temos uma máquina em movimento, sem controle?, diz o diretor da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), Alberto Sabag.
Para reduzir os acidentes, o médico diz que é preciso acabar com a impunidade. Ele defende aumento da fiscalização e leis mais rígidas para criar uma cultura de segurança no trânsito. ?Duvido que alguém que pegou o carro pela primeira vez saiu dirigindo fazendo bobagem. As pessoas aprendem primeiro a dirigir para depois fazer as coisas erradas. Sabem o que é certo, simplesmente estão ignorando?, comenta Sabag.