Passar por agressões é difícil em qualquer momento, mas durante o parto a situação fica ainda mais complicada. Mais comum do que se imagina a violência obstétrica cometida contra a gestante ou parturiente nos estabelecimentos de saúde são de ordem verbal, física, psicológica e até sexual. É um tema polêmico que será debatido na Câmara Municipal de Teresina nesta quarta-feira (23), às 10h, através de proposição da vereadora Graça Amorim.
A vereadora enumera alguns tipos de situações sofridas pela gestante. "Realizar exames de toque vaginal repetidas vezes; fazer piadas, dar broncas, xingar ou impedir que a mulher se expresse durante o trabalho de parto; corte desnecessário do períneo, impedir o acompanhamento de uma doula; Deixar a mulher trancada, isolada; Empurrar a barriga da gestante na hora do parto e muitas outras".
Essas atitudes podem gerar responsabilidades administrativas, civil e penal para os profissionais, conforme a vereadora, e poderão ter fim quando o parto humanizado for uma realidade nos sistemas de saúde do país. Ela reforça que a intenção do debate é buscar um consenso entre os diferentes profissionais que participam do momento do parto.
"Mais da metade dos nascimentos no Brasil é realizada por meio da cesárea, o que faz do país o líder mundial no procedimento. A cirurgia é considerada pela OMS como uma epidemia. Alcança o índice de 84% na rede privada brasileira e de 40% na pública — a recomendação da OMS é de 10% a 15%. O parto humanizado precisa ser incentivado no paí e em Teresina, pontua Graça Amorim.
Foram convidados para a audiência representantes do Conselho Regional de Medicina (CRM), do Conselho Regional de Enfermagem (COREN), do Ministério Público, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da Evangelina Rosa, da Câmara de deputados, da Assembleia Legislativa, a vice-governadora Margarete Coelho, entre outros.