A cajuína piauiense pode ganhar reconhecimento internacional e ser marca protegida geograficamente exclusiva do Estado, como a champanhe francesa, cujo nome hoje é proibido de ser veiculado noutro país do mundo. Um dos entusiastas dessa luta é o diretor geral do Instituto de Assistência Técnica e Extensão do Piauí (Emater-PI), Romualdo Militão, que participou recentemente de uma feira internacional de Agricultura, na Itália, onde o assunto foi abordado.
"A marca da nossa cajuína seria semelhante à champanhe francesa, por exemplo, exclusivo da França, porque o País entrou com processo proibindo a utilização do nome champanhe e agora a bebida só pode ser chamada fora daquele país de espumante", explica Romualdo, que está entusiasmado com a proposta.
Segundo ele, na Itália a identificação de produto local é muito bem trabalhada. "Fomos ver como eles fazem". A bebida mais popular do Piauí, porém, está sendo submetida a um processo que culminará com o selo de Identificação Geográfica Protegida (IGP) com registro, inicialmente, no Ministério da Agricultura e no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).
Romualdo diz que o IGP ou certificado de proteção é uma espécie de selo garantindo todas informações precisas e detalhadas de onde, quem, e como é produzida, processada a bebida, além da quantidade de produção e produtores em todas as regiões do Estado.
Após todo o processo, a cajuína ganha um número que poder ser acessado na internet, onde se saberá qual é a comunidade em que a bebida é produzida. O processo de identificação geográfica dará mais reconhecimento ao produto e mais competitividade para o setor.
"Após o certificado nacional, logo vamos trabalhar o registro internacional da cajuína que ganhará um padrão internacional", diz Romualdo, acrescentando que a identificação geográfica vai influenciar aumentando a importação e a exportação do produto, porque agrega valores, tendo em vista que terá mais qualidade e reconhecimento fora do Brasil.