A cadela que fechou a Ponte Rio-Niterói por uma hora e meia na manhã de quinta-feira (18) está com um tumor venéreo transmissível (TVT) - passada por ato sexual - e deve começar sessões de quimioterapia nas próximas semanas. A informação foi confirmada pelo médico veterinário Izanagi Ferreira, da Sociedade União Internacional Protetora dos Animais (Suipa), Zona Norte do Rio, onde o animal permanecia na manhã desta sexta (19).
"Quando ela chegou aqui, nós percebemos o quanto estava debilitada e magra. Foi quando constatamos, visualmente, que ela está com um tumor. Mas não é nada grave. Um exame de sangue já foi realizado e dependendo do resultado, já vamos começar as sessões de quimioterapia nos próximos dias. Mas isso vai depender do organismo dela também", explicou Izanagi.
A cadela foi apelidada de "Carminha", personagem da Adriana Esteves em Avenida Brasil, pelos transtornos que causou na via expressa. De acordo com a Suipa, mais de dez ligações foram recebidas em interessados em adotá-la. No entanto, segundo o veterinário, este procedimento só poderá ocorrer após o final do tratamento.
"Quando a quimioterapia terminar, nós vamos vaciná-la, em seguida castrá-la e só depois, que ela poderá ser adotada", contou o médico, que acrescentou ainda que a cadela passou uma noite tranquila:
"Ela é meiga, é docil, acredito que seja realmente um animal cuidado em casa. A noite dela foi calma, tranquila, ela fica bastante tempo deitada, dormindo e está se alimentando bem com ração normal. Agora vamos torcer para ela ficar boa logo e ser adotada por uma pessoa que dê muito amor, carinho e atenção", completou.
"Carminha" provocou 10 km de congestionamento
A assessoria da Ponte informou que a cadela deu trabalho às equipes da empresa e da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Antes das 9h de quinta, o bicho andava no contrafluxo dos carros na pista sentido Rio pela mureta do canto. Uma hora e meia após a interdição, o animal foi capturado.
Por volta das 9h10, o cachorro saiu da pista da Ponte Rio-Niterói e entrou na Ilha de Mocanguê, área militar, onde as equipes o monitoravam. "Carminha" estava estressada e tentava morder os agentes todo o tempo. O congestionamento em direção à capital fluminense chegou a 10km, às 9h20. No sentido contrário, apresentou 4km de lentidão.