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Cachorro tem hemorragia e morre horas após banho e tosa em pet shop

Segundo o tutor, Jefferson Marchioli, o animal, chamado Eros, apresentou sinais de hipertermia, vômito, diarreia, respiração ofegante e hemorragia.

Cachorro morreu após banho e tosa em pet shop de Praia Grande (SP) | Foto: Arquivo Pessoal
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Um cão da raça spitz alemão, de três anos, morreu horas após tomar banho e ser tosado em um pet shop da Cobasi, localizado na Avenida Ayrton Senna da Silva, no bairro Sítio do Campo, em Praia Grande (SP). Segundo o tutor, Jefferson Marchioli, o animal, chamado Eros, apresentou sinais de hipertermia, vômito, diarreia, respiração ofegante e hemorragia. Ele acusou o profissional responsável pelo procedimento de negligência. “Zero empatia”, desabafou.

O episódio ocorreu em 21 de março. Marchioli contou que levou Eros e outros dois cães da família para o banho no mesmo local. Apenas Eros teve complicações; os outros animais passam bem. Ele disse ter aguardado o fim do atendimento no local e não notou nada anormal durante o procedimento. No entanto, a situação mudou quando o tosador devolveu Eros.

“Ele colocou o Eros no chão pelas patas traseiras, mas o cachorro já não se mexia. Fiquei assustado. A língua estava roxa, para fora, e ele respirava com dificuldade”, relatou.

Ao questionar o tosador sobre o que havia acontecido, Marchioli afirmou que recebeu uma resposta fria: o profissional alegou apenas que o animal estava cansado devido ao tempo do procedimento. Nenhum funcionário da loja teria se mobilizado para ajudar.

Em nota, a Cobasi lamentou o ocorrido e afirmou estar acompanhando as investigações. O caso foi registrado na Delegacia Eletrônica como prática de abuso contra animais.

Atendimento veterinário

Eros foi levado à clínica PetAnjo, dentro da própria Cobasi, onde teve a temperatura aferida em 42,8°C. Segundo Marchioli, o cão foi medicado, mas começou a vomitar coágulos de sangue, o que levou à recomendação de transferência para outra clínica com estrutura para internação.

No novo local, o quadro se agravou: Eros teve convulsões, parou de responder a estímulos e já não conseguia ficar em pé. “Naquele momento, tivemos a sensação de que ele já estava se despedindo”, contou Marchioli.

Apesar dos esforços da equipe médica, Eros sofreu três episódios convulsivos e uma parada cardíaca durante a madrugada. Tentativas de reanimação foram feitas, mas ele não resistiu. A veterinária que o atendeu classificou o estado do cão como resultado de “superaquecimento”, comparando a situação a “ter sido praticamente fritado”.

Para o tutor, houve falha grave do profissional responsável. Ele afirmou ter enviado um e-mail à Cobasi, que respondeu pedindo informações de contato, mas não deu retorno desde então. “Talvez foi azar de pegar alguém despreparado, mas eu não pago mais para ver. A empresa foi omissa”, disse.

“Saí com ele carregado”

Marchioli responsabiliza diretamente o atendimento no pet shop pela morte de Eros. “Ele chegou sorridente, andando. Saí com ele nos braços. Aquilo foi uma cena de terror”, desabafou. Agora, ele busca por justiça. “A parada cardiorrespiratória foi consequência do superaquecimento, negligenciado por alguém que não estava apto a cuidar de animais.”

A Cobasi informou que Eros apresentou sinais de cansaço e respiração ofegante após o banho e a tosa, sendo prontamente atendido pela médica veterinária da PetAnjo. A empresa afirmou que a profissional aplicou medicação e orientou que o animal fosse encaminhado a outra clínica para avaliação completa, acompanhando a família até o local.

Segundo a empresa, foi informada do óbito no dia seguinte à internação e permanece à disposição para colaborar com as investigações e prestar esclarecimentos.

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