Os advogados de Silvana Bianchi, avó materna de Sean Goldman, 11, disseram ontem (30) que ela aceita encerrar a disputa jurídica com o pai do garoto, que o levou para os Estados Unidos em 2009, desde que consiga visitar o neto.
A defesa de Silvana, porém, condiciona o fim da briga na Justiça à retirada da exigência de pagamento de US$ 200 mil (cerca de R$ 377 mil) para os advogados de David Goldman, pai de Sean.
A afirmação foi feita durante entrevista realizada dois dias depois da primeira entrevista de Sean, à rede americana NBC, na qual o garoto falou sobre sua vida nos EUA.
Silvana é mãe de Bruna Bianchi, que trouxe Sean para o Brasil em 2004, separou-se de David e, após novo casamento, morreu ao dar à luz sua segunda filha, em 2008.
Goldman, que ficou sem ver o filho desde sua saída dos EUA, recuperou a guarda do menino em 2009, após decisão do Supremo Tribunal Federal. A partir de então, estabeleceu critérios para que Bianchi pudesse visitá-lo.
Ontem, os representantes de Bianchi afirmaram que ela aceita as condições, com exceção do pagamento aos advogados. "Essa condição é imprópria, uma vez que o sr. Goldman teve advogados públicos para defendê-lo no Brasil", disse Carlos Nicodemos, advogado da avó.
Ele lembrou ainda que a decisão do STF que deu ao pai a guarda do filho estabelecia "um esquema de visitação incondicional da família ao garoto", o que não ocorreu.
Caso não haja acordo, os advogados disseram que vão mover outra ação, em um tribunal federal americano, argumentando que a Convenção de Haia garante o direito de a avó visitar o neto.
Eles frisaram que a família não quer rever a decisão que deu a guarda do menino ao pai, apenas busca garantir seu direito de visita.