O designer brasileiro Guilherme Lemes Cardoso e Silva, de 35 anos, foi preso por agentes do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) dos Estados Unidos no dia 11 de julho, nas Ilhas San Juan, sob suspeita de estar com o visto vencido. Ele é casado com uma cidadã americana e aguardava a conclusão do processo de regularização do green card. A detenção gerou comoção entre familiares e amigos, que agora tentam garantir sua liberdade.
De acordo com o relato da esposa, Rachel Leidig, de 36 anos — que está grávida de sete meses —, a ação foi cercada de truculência. Cerca de sete viaturas sem identificação aguardavam Guilherme em uma estrada particular, no momento em que ele saía para buscar a filha do casal. Durante a abordagem, agentes do ICE teriam arrancado o celular de suas mãos, o algemado nos pulsos e tornozelos e o levado de barco até o continente.
O casal havia se casado em abril deste ano, logo após descobrirem a gravidez. Desde então, o processo de solicitação do green card já estava em andamento, com petição protocolada por meio de um advogado de imigração. Guilherme é formado em Direito em Goiânia, mas já atuava como designer gráfico antes de se mudar para os Estados Unidos, onde continuou trabalhando como ilustrador.
Atualmente, o brasileiro está detido no centro de detenção de Tacoma, no estado de Washington. Antes disso, passou 38 horas em uma cela improvisada em Ferndale, onde, segundo a esposa, dormiu no chão e chegou a vomitar devido à má qualidade da alimentação.
O consulado brasileiro foi acionado, mas informou que sua atuação se restringe ao monitoramento das condições físicas do detido, sem poder interferir no processo migratório. A família busca apoio jurídico e mobilização para garantir a libertação de Guilherme enquanto o caso segue em análise pela Justiça migratória dos EUA.