Um homem identificado como Vinícius Chagas Maciel, de 32 anos, foi morto de forma brutal na última segunda-feira (19/11), no povoado de San Julián, a 150km de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. A vítima era natural do Amapá.
De acordo com informações, ele foi linchado e enforcado por populares na principal praça da cidade. O fato aconteceu no momento que ele foi cobrar uma dívida de um casal, que o acusou de roubo.
O Consulado Geral do Brasil em Santa Cruz de La Sierra informou que acompanha o caso e que está mantendo contato com as autoridades locais e com familiares para prestar assistência necessária.
A imprensa local repercutiu o caso informando que o brasileiro foi enforcado por uma multidão que o perseguiu depois de um casal denunciar ter sido cobrado em uma suposta dívida por dois homens armados. O outro brasileiro conseguiu fugir em uma caminhonete.
Maciel deixou o Amapá há 7 meses com o objetivo de encontrar um emprego na Bolívia. Lá segundo a família, ele queria estudar medicina. A família contesta a versão do assalto. Irmãos e a mãe dele moram no município de Santana, onde ele nasceu. A cidade fica a cerca de 17 quilômetros de Macapá.
“Meu irmão saiu daqui de Santana para ir trabalhar na Bolívia em uma oficina de carros e, pelo que soubemos de conhecidos de lá, ele foi fazer a cobrança de um casal e a mulher saiu gritando que estava sendo assaltada, aí a população o pegou e fez isso. Disseram para a gente que lá é comum linchamento”, conta Vitória Maciel, irmã da vítima.
Ainda segundo a irmã, a família ficou sabendo da morte de Vinícius pelas redes sociais e todos estão em choque.
“Soubemos da pior forma, através do Facebook, que foi como repercutiu o caso lá. Foi uma tortura e uma barbárie o que fizeram e eles ficavam postando no 'face'. Como ele foi a trabalho, muitos conhecidos começaram a nos marcar nas postagens. Foi horrível. Minha mãe e todos nós estamos em choque. Desde terça-feira [20], às 18h, quando ficamos sabendo, ela está sedada”, relata.
Sem condições financeiras para arcar com o traslado do corpo, a família pede ajuda. A irmã diz que são necessários R$ 15 mil para trazê-lo de Santa Cruz até o Amapá.
“Não temos recurso nenhum. O meu marido é mototaxista, minha mãe vende comidas típicas, é ambulante, a minha irmã faz bolos e é cobradora de ônibus e eu estou desempregada. A gente precisa de ajuda. Por favor!”, suplica Vitória.