Segundo dados do Fundo das Nações para a Infância (Unicef), ao menos 32 milhões de meninos e meninas não tem o que comer no Brasil, e sobrevivem na pobreza. Para ajudar a combater esse mal que assola a população do país, a Ação da Cidadania, lançou hoje, quarta-feira (17) pelo terceiro ano consecutivo, a campanha Brasil Sem Fome, projeto que tem como objetivo a arrecadação de alimentos e a distribuição para todo o país.
O Ação da Cidadania é um projeto criado na década de 90 pelo sociólogo Betinho, com principal eixo de atuação em uma extensa rede de mobilização formada por comitês locais da sociedade civil organizada, em sua maioria compostos por lideranças comunitárias, mas com participação de todos os setores sociais
Com base em dados obtidos pelo Ministério da Saúde, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), apontou que todos os dias, em média, cerca de onze crianças com menos de cinco anos de idade são internadas em hospitais por conta de desnutrição no Brasil. O diretor-executivo da Ação Cidadania, Rodrigo “Kiko” Afonso, ressalta a importância de uma boa alimentação no desenvolvimento infantil.
“Se um cérebro saudável usa 20% da energia do corpo e essa energia vem dos alimentos, como uma criança com fome será capaz de aprender e ter um bom rendimento escolar? Um corpo funciona em sua plenitude quando está nutrido. E o crescimento saudável só é possível com um Brasil Sem Fome”, conclui.
Segundo uma pesquisa divulgada pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, em parceria com a Ação da Cidadania, a fome dobrou de tamanho nas famílias brasileiras com crianças menores de 10 anos. Em 37,8% das casas brasileiras onde residem crianças menores de 10 anos há instabilidade alimentar grave, ou mediana. Sendo esse percentual maior do que a média nacional, ao considerar todos os domicílios.
A situação se torna ainda mais grave na região norte, onde a estimativa é que 40% das casas com moradores nesta faixa de idade sofrem com a falta de alimento, passando também pelo nordeste, onde famílias de sete, dos nove estados pertencentes, também passam por situações de fome.
“Ainda que mães e pais deixem de comer ou tenham a alimentação reduzida para que os filhos sejam beneficiados, a associação entre desenvolvimento infantil e efeitos da nutrição irregular podem resultar em menor escolaridade e, consequentemente, menos oportunidades de trabalho, menor produtividade, e salários mais baixos. Deixar que a fome impeça a realização de sonhos é uma violação de dignidade humana”, explica Kiko.
O projeto Brasil Sem Fome foi lançado pela primeira vez em 2002, retornando no ano de 2021, durante a pandemia do Coronavírus, quando foram doados mais de 20 mil toneladas de alimentos por todas as regiões do país. As doações podem ser feitas no site www.brasilsemfome.org.br ou pelo PIX: doe@acaodacidadania.org.br .