Brasil melhora IDH, mas cai duas posições no ranking da ONU em 2022

Além de choques como a pandemia, guerras também provocam variações significativas no índice de desenvolvimento dos países

Brasil melhora IDH, mas cai duas posições no ranking da ONU em 2022 | Fernando Frazão/Agência Brasil
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Em 2022, o Brasil conseguiu reverter a tendência de queda do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da ONU, registrada nos dois anos anteriores. No entanto, não alcançou o nível observado em 2019, antes da pandemia de Covid-19, resultando em um recuo de duas posições no ranking global. 

PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS: Os dados foram divulgados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) nesta quarta-feira, 13 de março. O IDH de cada país é determinado pela média de indicadores como expectativa de vida ao nascer, escolaridade e renda, sendo que valores mais próximos de 1 indicam um melhor desenvolvimento humano. 

LEVANTAMENTO RELATIVO A 2022: No levantamento relativo a 2022, último ano do governo Jair Bolsonaro (PL), o Brasil atingiu índice 0,760, considerado alto, e ocupa a 89ª posição na lista de 193 nações. No primeiro ano da gestão, em 2019, o IDH havia passado de 0,764 (2018) para 0,766, ou seja, a nota do país ao fim do mandato ficou pior do que era no início.

DUAS QUEDAS CONSECUTIVAS: Em seguida, ainda sob comando de Bolsonaro e enfrentando a pandemia, foram duas quedas consecutivas: caiu de 0,766 em 2019 para 0,758 em 2020, alcançando 0,754 em 2021. O progresso brasileiro no último ano é visto como acentuado, embora tenha apresentado uma recuperação abaixo do esperado. À frente do Brasil estão países como Cuba (0,764) e China (0,788), na categoria de desenvolvimento alto. Na categoria de IDH muito alto estão Argentina (0,849) e Bahamas (0,820), por exemplo.

GUERRAS PROVOCARAM VARIAÇÕES: Além de choques como a pandemia, guerras também provocam variações significativas no índice de desenvolvimento dos países. Há dois anos em guerra com a Rússia (0,821), a Ucrânia, por exemplo, caiu de 0,773 para 0,734, regredindo a um patamar de 20 anos atrás, e saiu da 77ª para a 100ª posição. Não há informações sobre Coreia do Norte e Mônaco. Atualmente, o topo é da Suíça, com 0,967, e em último lugar está a Somália, que registrou 0,380.

Brasil reverte queda de IDH, mas ainda não superou nível anterior à pandemia

2022

0,616 - 1991

0,622 - 1992

0,630 - 1993

0,638 - 1994

0,646 - 1995

0,653 - 1996

0,660 - 1997

0,666 - 1998

0,671 - 1999

0,679 - 2000

0,686 - 2001

0,692 - 2002

0,688 - 2003

0,692 - 2004

0,698 - 2005

0,700 - 2006

0,704 - 2007

0,715 - 2008

0,717 - 2009

0,723 - 2010

0,728 - 2011

0,732 - 2012

0,750 - 2013

0,754 - 2014

0,753 - 2015

0,755 - 2016

0,759 - 2017

0,764 - 2018

0,766 - 2019

0,758 - 2020

0,754 - 2021

0,760 - 2022

Fonte: Relatório de Desenvolvimento Humano 2023/2024 (Pnud/ONU)

Enquanto o impacto da pandemia representou a maior queda do IDH registrada desde o início da série, nos anos 1990, as maiores preocupações para o futuro, segundo o relatório, têm sido a polarização política, marcada pela divisão interna em países e o apoio a líderes que minam a democracia.

O BRASIL EM RELAÇÃO À AMÉRICA LATINA: Na América Latina e no Caribe, o Chile continua a liderar em termos de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), enquanto o Brasil, anteriormente na 16ª posição, desceu para a 19ª. Agora, o país encontra-se atrás de nações como Argentina, Panamá, Costa Rica, México, Equador, Cuba e Peru. Notavelmente, o Peru agora ocupa a posição que o Brasil detinha no último ranking mundial de IDH. Apesar disso, o Brasil é reconhecido como um ator significativo na região, tanto devido às suas vantagens naturais quanto à sua influência política. 

(Com informações da FolhaPress - Lucas Lacerda)

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