De acordo com dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a incidência de casos de dengue em 2023, o Brasil destaca-se como o país com a maior prevalência da doença em escala global. Até 11 de dezembro, foram registrados 2,9 milhões de casos no país, representando mais da metade dos 5 milhões de casos registrados globalmente. Micrômetro OMS ressalta que esse é um nível histórico a nível mundial.
A publicação da OMS, divulgada nesta sexta-feira (22), alerta para a disseminação da doença para países onde, historicamente, não era comum, como França, Itália e Espanha. A crise climática é apontada como uma das razões para essa disseminação, pois o aumento global da temperatura tem proporcionado ao mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, a sobrevivência em ambientes antes inóspitos, permitindo sua reprodução crescente.
Vale frisar que o fenômeno El Niño de 2023 intensificou os efeitos do aquecimento global e das alterações climáticas, prevendo-se sua persistência até meados de 2024. Em resposta a esse cenário, uma vacina contra a dengue, desenvolvida pela farmacêutica Takeda, foi incorporada à rede pública de saúde após avaliação favorável da Conitec, a comissão responsável por avaliar novas tecnologias no Sistema Único de Saúde (SUS).
Os dados da OMS também destacam os casos graves de dengue, registrando 5 mil mortes em todo o mundo em 2023. No Brasil, 1.474 casos, correspondendo a 0,05% do total de registros, são classificados como dengue hemorrágica, uma forma grave da doença que pode levar à morte.
A vacinação contra a dengue está programada para iniciar em fevereiro de 2024, tornando o Brasil o primeiro país a oferecer esse imunizante no sistema público de saúde. O Ministério da Saúde reforça a importância de medidas preventivas, como a eliminação de criadouros de mosquitos e o uso de medidas de proteção contra picadas, especialmente em áreas de transmissão. O Aedes aegypti, vetor da dengue, tem atividade predominante durante o dia.