Os governos do Brasil e da Colômbia emitiram uma declaração conjunta nesta terça-feira (3) para expressar sua preocupação com a ordem de prisão emitida contra o opositor venezuelano Edmundo González. O comunicado destaca a profunda inquietação dos dois países em relação à decisão da Justiça venezuelana, que foi tomada na segunda-feira (2).
COMUNICADO
O texto divulgado pelo Itamaraty observa que a medida judicial prejudica os compromissos do governo da Venezuela com os Acordos de Barbados, onde foi reafirmado o compromisso com a democracia e a promoção de uma cultura de tolerância e diálogo. O comunicado ressalta que a prisão de González dificulta a busca por uma solução pacífica através do diálogo entre as principais forças políticas do país.
González, candidato presidencial, é acusado de usurpação de funções, falsificação de documentos públicos, incitação à desobediência às leis, associação criminosa e formação de quadrilha. A ordem de prisão foi solicitada pelo Ministério Público venezuelano após o opositor não comparecer à terceira convocação para depor sobre o site “Resultados com VZLA”, que publicou supostas atas da eleição presidencial de 28 de julho.
REAÇÃO DE DEMAIS PAÍSES
A comunidade internacional também reagiu ao mandado de prisão. A Secretaria-Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) divulgou uma nota condenando a decisão, classificando-a como uma forma de perseguição política e um exemplo das ações do sistema judicial da Venezuela como um instrumento de crimes contra a humanidade.
Os Estados Unidos também se manifestaram contra o mandado de prisão. John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, afirmou que estão sendo avaliadas diversas opções para mostrar a Nicolás Maduro e seus aliados que suas ações terão consequências. Ele criticou a ordem de prisão como um exemplo dos esforços de Maduro para manter o poder à força e desconsiderar a vitória de González.
Diversos países latino-americanos e o chefe de Política Externa da União Europeia, Josep Borrell, também condenaram a decisão.