O presidente Jair Bolsonaro (PSL) apresentou melhora clínica neste sábado (9) e começou uma dieta cremosa, segundo a equipe médica que o atende no Hospital Albert Einstein, no Morumbi, Zona Sul de São Paulo.
A diferença da dieta pastosa, que ele já havia iniciado nesta sexta, para a cremosa, é que a primeira é batida no liquidificador e a segunda, é só amassada. Na foto postada em redes sociais neste sábado, Bolsonaro aparece almoçando uma sopa. Um picolé de limão e uma água de côco compõem a refeição.
De acordo com os médicos, Bolsonaro passou por um raio-x que mostrou melhora na pneumonia registrada na última quinta-feira (7). Neste sábado, ele segue tomando os antibióticos, mas está sem febre e bem disposto.
Bolsonaro posta foto sobre sua alimentação no hospital — Foto: Redes Sociais
O boletim médico divulgado pouco antes das 17h confirmou a informação repassada pela equipe e diz que o "quadro pulmonar está em regressão e e houve melhora dos exames laboratoriais".
"Devido à evolução da movimentação intestinal e boa aceitação da dieta líquida, hoje foi iniciada uma dieta cremosa, com ótima aceitação. Segue com os antibióticos e a nutrição parenteral. Estão sendo mantidas as medidas de prevenção de trombose venosa, realizados exercícios respiratórios e aumento dos períodos de caminhada fora do quarto", diz o texto.
Nesta sexta-feira (8), o presidente retirou o dreno colocado no seu abdômen e a sonda nasogástrica.
Bolsonaro passou por uma cirurgia para retirar uma bolsa de colostomia e refazer a ligação entre o intestino delgado e parte do intestino grosso no dia 28 de janeiro. Ele está internado na unidade semi-intensiva do hospital.
Também na sexta, Bolsonaro se alimentou pela primeira vez. Ele vinha recebendo líquidos por via oral em associação à nutrição parenteral.
Pneumonia
Segundo boletim médico divulgado na tarde de quinta-feira (7), Bolsonaro teve episódio isolado de febre e foi submetido a uma tomografia de tórax e abdome que mostrou "boa evolução do quadro intestinal e imagem compatível com pneumonia".
De acordo com o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, exames de quinta detectaram que a pneumonia tem causa bacteriana. "Fizeram exames viral e bacteriano, e descartaram o viral. Trata-se de uma causa bacteriana", afirmou o porta-voz. "Algumas causas podem ser geradoras dessa pneumonia, mas ficar na suposição não me parece adequado." Um novo antibiótico foi incluído no tratamento e está sendo administrado por sete dias.
Ainda segundo o boletim, "foi realizado um ajuste na antibióticoterapia e mantidos os demais tratamentos". "[Bolsonaro] Continua sem dor, com sonda nasogástrica, dreno no abdome e recebendo líquidos por via oral em associação à nutrição parenteral."
Boletim médico do presidente Jair Bolsonaro de sábado, 9 de fevereiro — Foto: Divulgação/Hospital Albert Einstein
Segundo o porta-voz, "o estado de saúde do presidente é o esperado dentro desse pico térmico que lhe acometeu na noite de ontem [quarta]". "Por precaução os médicos fizeram exame de imagem, incluso tomografia por contraste. O pulmão tinha uma imagem que era compatível com pneumonia."
Cronologia da internação
Segunda-feira (28/1)
Jair Bolsonaro foi submetido a uma cirurgia para retirada da bolsa de colostomia no Hospital Albert Einstein, na Zona Sul de São Paulo. O procedimento terminou após sete horas e ocorreu "com êxito", segundo informou o Palácio do Planalto.
De acordo com o boletim médico divulgado pelo hospital, a cirurgia foi realizada "sem intercorrências e sem necessidade de transfusão de sangue". Foi realizada uma "anastomose do íleo com o cólon transverso", que é a união do intestino delgado com uma parte do intestino grosso. Foram retirados de 20 a 30 centímetros do intestino grosso de Bolsonaro na parte que ligava o intestino delgado à bolsa de colostomia.
Terça-feira (29/1)
Bolsonaro seguiu na UTI do Hospital Albert Einstein após a retirada da bolsa de colostomia. Ele recebeu analgésicos para controle da dor e não apresentou sangramentos ou complicações, ficando sem febre ou sinais de infecção.
Quarta-feira (30/1)
Bolsonaro reassumiu a Presidência da República e passou a despachar de um escritório que foi montado no mesmo andar onde está internado no Hospital Albert Einstein, na Zona Sul de São Paulo.
Quinta-feira (31/1)
O porta-voz da presidência, Otávio do Rêgo Barros, disse que Bolsonaro estava tentando se manter sem falar, mas a recomendação médica era difícil de ser acolhida: "O presidente é difícil, ele está falando já. A despeito do médico dizer para ele ficar calado, ele já está falando".
Sexta-feira (1º/2)
O boletim médico do dia informou que Bolsonaro teve boa evolução clínica. "Já apresenta sinais de início dos movimentos intestinais". "Segue com dieta parenteral (endovenosa) exclusiva, sem infecção ou outras complicações. Realiza fisioterapia respiratória e períodos de caminhada fora do quarto. Por ordem médica, o paciente segue com visitas restritas."
Sábado (2/2)
O presidente teve náuseas e vômito, e os médicos precisaram colocar uma sonda nasogástrica.
Domingo (3/2)
Bolsonaro continuou usando uma sonda nasogástrica aberta, com evolução clínica estável. De acordo com o boletim médico, o presidente ficou sem dor e sem sinais de infecção. Bolsonaro foi submetido a uma tomografia de abdome que descartou complicações cirúrgicas. Ele está em jejum oral e nutrição parenteral exclusiva.
Segunda-feira (4/2)
Bolsonaro teve elevação na temperatura, passou a tomar antibiótico e a alta prevista para quarta-feira (6) foi adiada, segundo o porta-voz Otávio Rêgo Barros. O boletim médico informou que o presidente passou a tomar antibióticos e foram realizados novos exames de imagem. Identificou-se uma coleção líquida ao lado do intestino na região da antiga colostomia. Foi submetido à punção guiada por ultrassonografia e permanece com dreno no local. O presidente apresentou movimentos intestinais e teve dois episódios de evacuação.
Terça-feira (5/2)
O presidente teve melhora do seu estado de saúde e começou a receber líquido por via oral. Bolsonaro apresentou aumento da movimentação intestinal, o que possibilitou o início de injeção de líquido por via oral. "Os exames laboratoriais apresentam melhora. O paciente segue com antibióticos e dreno no abdome", disse o boletim médico.
Quarta-feira (6/2)
O presidente apresentou quadro clínico estável, sem dor ou febre, com melhora dos exames laboratoriais e de imagem, segundo boletim médico divulgado nesta quarta-feira (6). Ele também voltou a caminhar no corredor do Hospital Albert Einstein, na Zona Sul de São Paulo.
Quinta-feira (7/2)
Segundo boletim médico, Bolsonaro teve um episódio de febre e uma tomografia no tórax detectou uma pneumonia. Segundo os exames, a pneumonia teve origem bacteriana. Foi acrescentado um novo antibiótico no tratamento do presidente.
Sexta-feira (8/2)
Bolsonaro retirou o dreno colocado no seu abdômen e a sonda nasogástrica. Ele também se alimentou pela primeira vez.