Bolsonaro diz que acabou com Lava Jato porque não tem mais corrupção

Presidente deu a declaração em cerimônia sobre medidas para a aviação civil, no Palácio do Planalto

Jair Bolsonaro | Divulgação
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O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (7), durante pronunciamento no Palácio do Planalto, que "acabou" com a operação Lava Jato porque, no governo atual, não há corrupção a ser investigada.

Bolsonaro deu a declaração em cerimônia sobre medidas para a aviação civil, no Palácio do Planalto, enquanto elogiava a própria gestão – na qual, segundo ele, as pessoas são confiáveis e não há interessados em "criar dificuldade para vender facilidade".

"Eu desconheço um lobby para criar dificuldade para vender facilidade. Não existe. É um orgulho, é uma satisfação que eu tenho, dizer a essa imprensa maravilhosa que eu não quero acabar com a Lava Jato. Eu acabei com a Lava Jato, porque não tem mais corrupção no governo. Eu sei que isso não é virtude, é obrigação”, afirmou.

Durante a campanha à presidência, Jair Bolsonaro fez diversos elogios públicos à Lava Jato e chegou a indicar o então juiz Sergio Moro – que atuava em Curitiba nos processos da operação – como ministro da Justiça e Segurança Pública.

Em abril deste ano, no entanto, Moro rompeu com o governo e pediu demissão do cargo. Ao anunciar a saída, disse que Bolsonaro tinha tentado interferir politicamente na autonomia da Polícia Federal, corporação responsável por operações como a Lava Jato.

Essa suposta interferência, disse Moro, incluía a substituição do diretor-geral da PF, cargo máximo da corporação. Bolsonaro negou essas tentativas, e um inquérito foi aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar as declarações de ambos.

Presidente Jair Bolsonaro

Em agosto, o filho de Jair Bolsonaro e senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) fez críticas à operação Lava Jato em entrevista ao jornal "O Globo".

O parlamentar defendeu a atuação do procurador-geral da República, Augusto Aras, que também teceu críticas à Lava Jato e chegou a falar em uma necessidade de "corrigir rumos".

"[Augusto] Aras [procurador-geral da República] tem feito um trabalho de fazer com que a lei valha para todos. Embora não ache que a Lava-Jato seja esse corpo homogêneo, considero que pontualmente algumas pessoas ali têm interesse político ou financeiro. Se tivesse desmonte das investigações no Brasil, não íamos estar presenciando essa quantidade toda de operações", disse Flávio.

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