Engenheiro do PI sobre vídeo na Rússia: 'Somos passíveis de erros'

Luciano Gil Mendes afirma que já pediu desculpas para mulheres

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O engenheiro Luciano Gil Mendes Coelho, natural de Jaicós, no Piauí, é um dos homens que aparece em um vídeo que viralizou nas redes sociais, onde um grupo de torcedores brasileiros assedia uma jovem na Copa do Mundo da Rússia 2018.

Segundo informações, Luciano já foi integrante do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Piauí (CREA-PI) e também foi secretário de Saúde e de Educação. Além disso, foi preso pela Polícia Federal em 2015 por fraude em licitação quando trabalhou como engenheiro civil na prefeitura da cidade de Araripina, no Pernambuco.

Em manifestação para a imprensa, o engenheiro reconheceu o erro e pediu desculpas por toda a situação. “Somos seres humanos passíveis de erros, já pedi desculpas para todas as mulheres. Nós não conhecíamos ninguém, bebemos além da conta, mas todos estávamos brincando, foi um momento de agitação, só que todas tem direito e razão de brigar e questionar”, declarou.

Já em entrevista para o site Uol, o empresário minimizou a situação e tratou como exagero a repercussão. “Somos pais de família, trabalhadores e vocês estão acabando com a vida da gente... Quem está brincando carnaval exagera um pouquinho na bebida e às vezes passa do ponto. Peço desculpas às mulheres que possam ter se sentido ofendidas, mas estão transformando um copo d’água em uma tempestade”, disse ele.

Ele também não detalhou o contexto em que o vídeo foi feito e nem a cidade onde aconteceu o fato. “Não foi feita coação, nada ali foi forçado. Tinha mais de 40 meninas ali e os próprios russos que tinham namoradas colocavam elas na brincadeira de livre e espontânea vontade. Só ganhou essa conotação porque aconteceu aqui na Rússia, mas se fosse na favela ou no carnaval, seria considerado normal”.

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Piauí (Crea-PI), divulgou uma nota de repúdio contra o engenheiro.

Confira a nota completa: 

O Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) e o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Piauí (Crea-PI) lamentam profundamente que um profissional com registro no Sistema Confea/Crea, tenha participado do infame episódio de misoginia e sexismo realizado por um grupo de brasileiros durante a Copa do Mundo 2018.

O exercício da engenharia abrange a promoção da segurança, da qualidade de vida, da sustentabilidade, da proteção aos valores mais caros da experiência profissional e não o protagonismo de cenas lamentáveis e vergonhosas que desrespeitam a mulher, estrangeiros ou qualquer pessoa.

Desde 2014 o Confea possui um grupo de trabalho Equidade de Gênero e o código de ética das profissões ressalta que a “a profissão é alto título de honra e sua prática exige conduta honesta, digna e cidadã”.

O Confea e o Crea-PI ressaltam que atitudes como as protagonizadas podem caracterizar infração ao código de ética profissional já que o mesmo ressalta que “constitui-se infração ética todo ato cometido pelo profissional que atente contra os princípios éticos, descumpra os deveres do ofício, pratique condutas expressamente vedadas ou lese direitos reconhecidos de outrem”.

O segundo homem que aparece no vídeo é Diego Valença Jatobá, pernambucano do Recife que foi secretário de Turismo de Ipojuca (PE), o município onde está localizada a praia de Porto de Galinhas. Ele foi condenado por mau uso do dinheiro público, enquanto esteve à frente da pasta em 2012, e também por dever, segundo a Justiça, R$ 37.561,83 de pensão alimentícia à ex-mulher, cujo processo foi iniciado em 2014. Neste caso, a juíza Ana Emília de Oliveira Melo, da 3.ª Vara de Família e Registro Civil de Pernambuco pediu o bloqueio de conta bancária. O processo está na primeira instância.

Um policial militar catarinense também foi identificado entre os brasileiros que aparecem no vídeo. Eduardo Nunes é tenente em Lages, na Serra catarinense, confirmou a corporação nesta terça-feira (19).

Segundo a PM catarinense, a atitude do policial, que está de férias, é “incompatível com a profissão e o decoro da classe”. Assim que retornar ao trabalho, ele será alvo de um processo administrativo disciplinar.

O outro homem identificado é Felipe Wilson, supervisor da empresa de Linhas Aéreas Latam no aeroporto Internacional de Guarulhos. A companhia área confirmou que ele faz parte do quadro de funcionários da empresa e promete continuar apurando os fatos.

"Confirmamos que o rapaz que aparece no vídeo faz parte do quadro de colaboradores da companhia e seguimos apurando os fatos", informou a Latam.

“Repudiamos veementemente qualquer tipo de ofensa e prática discriminatória e reforçamos que qualquer opinião que contrarie o respeito não reflete os valores e os princípios da empresa”, escreveu a Latam. “Repudiamos veementemente qualquer tipo de ofensa e prática discriminatória e reforçamos que qualquer opinião que contrarie o respeito não reflete os valores e os princípios da empresa”, escreveu a Latam.

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