Para saber como está a situação da água oferecida para as crianças nas escolas teresinenses, a pesquisadora Waleska Albuquerque e sua equipe foram a 32 escolas da zona urbana da capital piauiense para realizar o monitoramento dos bebedouros escolares no Programa de Pesquisas para o Sistema Único de Saúde (PPSUS).
"Como nós já tínhamos experiência com água, nós escrevemos um projeto baseado em cima do edital do PPSUS e escolhemos escolas públicas, devido ao trabalho com crianças, o público alvo das escolas", explica a pesquisadora, sobre estudo apoiado pela Secretaria de Saúde (Sesapi), Ministério da Saúde e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (Fapepi).
A pesquisa "Monitoramento da qualidade microbiológica da água destinada ao consumo em escolas da rede municipal na cidade de Teresina - PI" aborda escolas públicas escolhidas por sorteio aleatório. 90% das escolas eram creches que englobava crianças até 6 anos de idade.
Segundo Waleska Albuquerque, tal escolha "aumentou ainda mais nossa preocupação com a qualidade da água, visto que essas crianças têm um sistema imunológico mais frágil do que os adultos. O resultado dessas pesquisas, quando nós vimos que a qualidade da água não era o desejado, nos deixou preocupados".
A equipe constatou que a grande falha nas escolas é a higiene dos bebedouros, que não é realizada de forma eficiente. As amostras foram coletadas entre março e outubro de 2011, em que apenas um bebedouro por escola participava da pesquisa, submetidas à contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes ou Escherichia coli.
"Nós estamos tentando realizar uma orientação às pessoas responsáveis pela higiene dos bebedouros e depois dessa orientação nós pretendemos realizar uma nova coleta nas escolas, para ver se realmente as orientações estão sendo seguidas e realizadas de forma correta", analisa Waleska Albuquerque.
Entre as primeiras observações da pesquisa, destaca-se que a água vinda de poços são mais contaminadas do que a água que vem da empresa abastecedora de água do Piauí, a Agespisa.
Entretanto, a pesquisadora lembra que, mesmo sendo a água tratada e se o bebedouro não for higienizado de forma correta, a água acaba sendo contaminada por mau uso e má higienização.
Com a pesquisa finalizada e os resultados apresentados, a perspectiva dos resultados já passou por mudanças, já que a resolução vigente para analisar os dados era diferente da atual. Waleska Albuquerque pontua que atualmente há uma norma mais rígida sobre a contaminação dos coliformes termotolerantes.
"Quando nós fizemos um levantamento eram 286 escolas, hoje já tem mais do que isso. Nós trabalhamos mais de 10% das escolas por sorteio aleatório.
Como hoje não temos condições de trabalhar com todas as escolas, nós priorizamos um público mais suscetível a contaminações, que são as crianças que estão nas creches ou Centro Municipal de Ensino Infantil (CMEI)", explica a pesquisadora sobre os dados analisados no laboratório de microbiologia de alimentos da Universidade Federal do Piauí (UFPI).