Com apenas três meses de vida, o pequeno Benício Gonçalves morreu em decorrência de uma infecção generalizada. A mãe do menino, Grazielli Gonçalves, de 19 anos, relatou que o Hospital Infantil 21 de julho, conhecido como Hospital Infantil de Queimados, na Baixada Fluminense, não tinha ambulância e nem equipamentos necessários para bebês de alto risco. Após a morte do filho, Grazielli criou um abaixo-assinado e uma página no Facebook para conseguir uma UTI neonatal e pediátrica para a cidade onde mora. Até o dia 21 dezembro, o documento já tinha mais de 400 assinaturas.
Benício morreu na madrugada de 14 de novembro, oito horas após apresentar os primeiros sintomas. Grazielli conta que procurou o único hospital infantil da cidade, que é particular, mas atende em convênio pelo Sistema Único de Saúde, para tratar do filho.
De acordo com a mãe, no site do banco de dados do SUS, consta que o Hospital Infantil de Queimados tem uma unidade de cuidados intermediários neonatal, além de ambulâncias, usina de oxigênio e ultrassom. Entretanto, Grazielli conta que os médicos disseram que a unidade não tinha nenhum desses serviços.
O Hospital Infantil de Queimados foi procurado, mas nenhum responsável quis comentar o caso.
"Assim que o Benício chegou, o médico disse que o caso era grave, e que ele tinha que ser transferido de emergência para um hospital que tivesse uma UTI neonatal. Como não tinha ambulância no hospital, tivemos que conseguir uma por nossa conta, então ligamos para o SAMU, plano de saúde particular, amigos. A ambulância chegou ao hospital após seis horas de espera", relata a mãe.
Denúncia ao Ministério Público
Benício foi transferido para um hospital em Nova Iguaçu, cidade vizinha a Queimados. Grazielli conta que na unidade, o filho recebeu o atendimento adequado, e foi submetido a exames de raio X, urina e hemograma. No entanto, os médicos explicaram à família que por causa da demora na transferência, a bactéria se espalhou pelo organismo, atingindo o pulmão de Benício.
"Ele teve três paradas cardíacas, os médicos tentaram reanimar, mas não teve jeito. Os médicos não souberam nos informar o nome da bactéria, apenas nos disseram que o meu filho pode ter nascido com ela ou pode ter pegado de alguém, através de um abraço, ou até mesmo do ar", explica a jovem.
Em janeiro, Grazielli pretende entregar o abaixo-assinado ao Ministério Público. "O meu objetivo é que os promotores cobrem da prefeitura, do estado, a quem for de competência, a criação de uma maternida pública com UTI neonatal em Queimados", conlclui Grazielli.