O recém-nascido encontrado dentro de uma caixa de leite, em Goiânia, recebeu alta nesta quarta-feira (11). A criança estava internada no Hospital Materno Infantil (HMI) desde quando foi localizada em frente a uma casa, no Setor Sul, há três dias.
A presidente do Conselho Tutelar Centro-Sul da capital, Divina Pereira dos Santos, foi quem retirou o bebê da unidade de saúde e a levou para um abrigo de crianças vítimas de abandono e maus-tratos. "Agora, ele será levado para o Condomínio Sol Nascente, no Setor Pedro Ludovico, onde ficará até que a Justiça defina se a criança será devolvida para a mãe ou colocada para adoção", disse Divina ao site.
Segundo Divina Pereira dos Santos, os avós maternos procuraram o Conselho Tutelar interessados em obter a guarda da criança, mas foram informados que somente a Justiça poderá definir com quem o bebê vai ficar.
Anteriormente, segundo o HMI, a alta da criança deveria ocorrer somente dentro de cinco dias. Porém, a assessoria de imprensa da unidade informou ao G1 que todos os exames necessários já foram realizados e como o estado de saúde do bebê é bom, não houve problema em liberá-lo.
Caixa de leite
O bebê foi achado no fim da manhã de domingo (8) pela pela estudante Glaucia Muniz Vilela, 34 anos, moradora da casa. Ela disse que saiu da residência após ouvir o choro do recém-nascido. ?Eu achei que tinha alguém com um bebê chorando do lado de fora, mas o barulho continuou e eu saí para ver o que era. Aí, bem na frente do meu portão, achei o menino enrolado em uma manta, dentro da caixa de leite?, explicou.
A estudante conta que, antes de ligar para a PM, levou o recém-nascido para dentro de casa e tentou acionar o Conselho Tutelar. ?Liguei no contato que tinha no site, mas ninguém atendeu. Decidi ligar para os bombeiros, que me orientaram a procurar os policiais militares. Logo depois, eles chegaram e viram o menino, que ainda estava com o cordão umbilical?, destacou a estudante.
Gravidez
A Polícia Civil conseguiu localizar a mãe do menino um dia depois da criança ser encontrada. Em depoimento à delegada Renata Vieira, titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), a jovem, de 21 anos, aifirmou que escondeu a gravidez da família e do namorado. "Me arrependi totalmente. Por mim, o bebê vinha para os meus braços hoje mesmo. Nada justifica o que eu fiz", afirmou .
?O pai não tem nem noção do que está acontecendo. Para ele, o bebê estava morto. Minha família não aceitaria uma pessoa de 21 anos ter um filho?, complementou a mulher. Para disfarçar a gestação, ela usava roupas largas e dizia que tinha engordado.
A mãe alegou que, como o menino nasceu 16 dias antes do previsto, não teve tempo de pensar o que faria com ele, se o entregava para adoção ou não. ?Não tive tempo de pensar. Entrei em trabalho de parto e, em algumas horas, o bebê estava nos meus braços. Não tive tempo de correr ao Conselho Tutelar nem nada?.