Terceiro maior reservatório do estado do Piauí, com capacidade de represamento de 106 milhões de m³ de água, a barragem de Bocaina atingiu o menor volume desde sua construção em 1984. O açude está com apenas 8,7% de seu volume o que corresponde a 16 milhões de m³.
Além da falta de chuva, outro fator colabora para que o espelho d’água da barragem de Bocaina diminua mais a cada dia. “Temos também a vazão da válvula dispersora que é para perenização do Rio Guaribas e irrigar. A vazão é de 150 mil litros d’água por minuto. Isso faz com que a barragem ainda baixe muito mais rápido”, informou o técnico de barragens, DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra a Seca), Francisco Alves Teixeira.
Ele explicou que apesar de o açude de Bocaina ter atingido o seu menor volume em 32 anos, o sangradouro só pode ser fechado com uma ordem da ANA (Agência Nacional de Águas), em Brasília. “Essa vazão é dia e noite sem parar. Enquanto não vier uma autorização de Brasília não podemos mexer. A previsão [de fechamento] é só quando chegar o período do inverno, que a gente comunica a Brasília e autorizam a gente fechar”, pontuou o técnico em barragens do DNOCS.
A seca da barragem fez cair drasticamente uma das principais atividades do município: o turismo. Com isso diminuiu o número de bares e restaurantes ao redor do balneário. Hoje apenas dois estabelecimentos atendem os turistas que procuram lazer em meio a situação agonizante do açude.
Além disso, a diminuição do volume d’água, provocado pela estiagem, fez cair também à produção de pescado no projeto de criação de peixe em tanque-rede que é desenvolvido pela COAPI (Cooperativa Aquícola Regional de Picos) desde 2005. No auge, os piscicultores chegaram a despescar 350 toneladas de tilápia por ano. Essa produção caiu para apenas 50 toneladas anuais. O que já gerou desistência por parte de vários cooperados e demissão damaior parte dos colaboradores.