Balneário Curva São Paulo funciona com apenas 17,6% da capacidade

Apenas oito dos 46 boxes funcionam diariamente

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O Balneário Curva São Paulo, inaugurado há sete anos no Bairro São Sebastião, zona Sudeste de Teresina, está em situação crítica. Atualmente o espaço funciona com apenas 17,6% da capacidade, o que representa oito de 46 boxes comerciais abrindo diariamente.

Quem denuncia a situação são os permissionários, que viveram os dias de glória e, agora, testemunham a decadência do local que já foi um dos espaços de lazer mais visitados da cidade.

O local está sujo, com as escadarias quebradas e quatro boxes destruídos por uma enchente. A estrutura comprometida justifica a ausência de visistantes. Além disso, o local não possui mais área para banho. “A nossa situação está a mesma de sempre.

E a visitação é muito fraca. A prefeitura faz serviços pontuais, como a cerca, que nós também contribuímos, mas o que a gente e todo mundo vê é o abandono”, considera Antônia Maria do Nascimento, conhecida popularmente como Tunica, a rainha da noite.

Ela brinca que nem o apelido pode usar mais, porque ela teme abrir o boxe ao anoitecer. “Aqui está virando um local para marginais. Eu não tenho mais coragem de abrir meu boxe à noite, somente durante o dia, porque sempre vemos pessoas utilizando os matagais daqui para usar drogas e esconder produto de roubo. A maior parte é menor de idade”, denuncia a permissionária.

Para os comerciantes, algo deve ser feito com relação ao banho. “Aqui está muito ruim. Não tem mais o balneário. O que as pessoas fazem são reuniões. A última que teve eles prometeram reformar os banheiros, mas ainda tem uns quebrados”, explica o também permissionário Antônio Charles.

Com relação aos boxes destruídos, a União dos Barraqueiros da Curva São Paulo pretende dar uma nova função a esses espaços. “A questão dos boxes quebrados, nós faremos um centro comunitário com sala de reuniões. A prefeitura está nos apoiando. Queremos reformá-los para ter um espaço para definirmos nossas atividades”, afirma Luiz Gonzaga, presidente da associação.

Os outros boxes que estão abandonados devem ser cedidos à Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semam). “Os boxes do final serão cedidos à prefeitura. Lá estarão instalados pontos de viveiros de plantas para distribuir na cidade e contribuir para a ornamentação. Quanto aos banheiros, foi feito o orçamento e os banheiros serão reconstruídos”, explica Luiz Gonzaga. Quanto ao banho, a situação está sendo discutida com empreiteiras para abrir um canal com dragas.

Semest quer revitalizar o espaço culturalmente

A Secretaria Municipal de Economia Solidária (Semest) não tem medido esforços para garantir a revitalização do Balneário Curva São Paulo. "A Prefeitura de Teresina tem esses permissionários como empreendedores. A parte coletiva estamos dando todo o apoio.

Mas a abertura dos boxes é de responsabilidade dos permissionários. Estamos fazendo tudo de acordo com a legislação. Se eles não estão abrindo, é porque não têm mais interesse. Vamos abrir edital e colocá-los para funcionar. Todos os projetos que eles têm solicitado nós estamos procurando atender", declara o secretário Olavo Braz.

Quanto ao banho, a Semest garante que o que pode fazer é revitalizar o espaço culturalmente. "Esse é o grande problema da Curva São Paulo. O rio se deslocou, e ficou há um km de distância do prédio.

Estamos fazendo uma movimentação cultural em outubro. O projeto é que todos os meses tenham grandes eventos. Não podemos fazer um acidente geográfico voltar ao local. Por isso temos que reinventá-lo de forma cultural", garante Braz.

Quanto à estrutura, as ações são mais emergenciais. "O conjunto de banheiros está funcionando completamente. Tanto o feminino quanto o masculino estão funcionando. Não têm clientes porque o balneário não existe mais, e não por falta de estrutura.

Os boxes deteriorados nós não vamos recuperá-los. Os que estão danificados vão ficar para depois, poios estamos preocupados de colocar a curva para funcionar como um todo", finaliza o gestor.

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