Uma adolescente que completaria 15 anos nesta segunda-feira (3) morreu após contrair uma bactéria resistente a medicamentos um dia antes do aniversário. Lara Furno estava internada desde a noite da última quinta-feira (30) em Vitória e morreu às 2h50 deste domingo (2), depois de ter uma parada cardíaca.
De acordo com o irmão da adolescente, Felipe Furno Frinhani, a bactéria que infectou a jovem é muito resistente, atingindo principalmente as vias aéreas.
"Trata-se de uma bactéria muito resistente, que se chama Staphylococcus Aureus Resistente à Meticilina (MRSA é a sigla em inglês). Ela é de contaminação comunitária. Está na rua. Não é um surto. É azar mesmo. É uma bactéria muito resistente, que atinge principalmente vias aéreas e vai se disseminando pelo corpo e causa um choque séptico (sepsemia). E por causa disso ela faleceu.", disse
O irmão ainda contou que a jovem começou a se sentir mal na semana passada, mas a família ainda não sabe se esse episódio tem ligação com a morte da estudante. "No domingo (26), ela estava com dificuldade de respirar. Na Unimed ela foi diagnosticada com rinite. Voltou para a casa e apresentou melhora parcial."
Na madrugada de quarta para quinta-feira a adolescente não conseguia respirar e teve que voltar para o hospital. "A médica deu diagnóstico de bronquite e mandou ela embora para casa de novo", lembra o irmão.
Na quinta pela manhã Lara foi para a escola. "Lá, ela passou mal, e meu pai foi buscá-la. Ficou em casa o dia inteiro. Quando eu cheguei à noite da faculdade, vi que a Lara estava com a frequência e batimentos cardíacos acelerados. Ela começou a ficar com as pontas dos dedos roxos, porque não conseguia oxigenar. Fomos correndo com ela para a Unimed. Os médicos já a entubaram e sedaram. O caso era muito grave."
Ainda segundo o irmão, quando se tem uma infecção desse porte, a pessoa começa a desenvolver uma infecção generalizada. "Essa infecção causa consequências no corpo inteiro. Entre elas, insuficiência renal. O rim começa a parar. Dentre as complicações, ela teve duas paradas cardíacas. Uma sábado às 23h, e outra no domingo, por volta das 2h50, quando ela faleceu."
Sobre uma possível suspeita de H1N1, Felipe explica que um infectologista sugeriu que os médicos fizessem também a cobertura de medicamentos para a doença. Mas após um exame de sangue (hemocultura), realizado neste domingo, já se sabe que a bactéria não tem relação com o vírus H1N1. "A família não pediu para fazer necropsia e nenhum exame para saber se era H1N1, porque já saiu o resultado da bactéria."
Felipe conta que a mãe deles, muito abalada, chegou a dar entrada no hospital após a morte de Lara.