Se o Salão do Automóvel de São Paulo reina absoluto como evento mais importante da América Latina no setor automobilístico, sua contrapartida argentina, o Salão de Buenos Aires corre o risco de ficar conhecido pelo mau agouro. A exposição, que será aberta nesta quinta-feira, dia 16, é apenas a 5ª edição em 13 anos de existência.
Ao contrário do evento brasileiro, o salão argentino mal conseguiu manter uma regularidade em suas edições. Nasceu em 1998 como bienal, voltou a acontecer em 2000 e passou cinco anos sem ser organizado. Em 2005 foi reeditado já obedecendo a regra dos anos ímpares e, assim, proporcionando um rodízio com São Paulo nos moldes do que fazem os salões de Paris e Frankfurt, na Europa. Mas, depois do evento de 2007, outro revés: a crise financeira mundial obrigou o cancelamento da mostra, que volta a acontecer em 2011.
E novamente sem tranqüilidade. O vulcão chileno Puyehue, mesmo distante cerca de 1.400 km do pavilhão da La Rural, local da exposição, provocou um tamanho caos aéreo na região que o caráter ?internacional? do salão será meramente figurativo. Muitos visitantes do exterior simplesmente não terão oportunidade de conhecer as novidades do evento, inclusive a reportagem, cuja viagem foi cancelada nesta semana. Uma pena porque a 5ª edição tem tudo para ser a mais significativa da curta história do salão portenho.
Brasileiros em Buenos Aires
As montadoras instaladas na região decidiram mostrar alguns dos seus principais lançamentos dos próximos meses no palco argentino. É o caso, por exemplo, da Renault, que fará a primeira apresentação pública do Duster, o crossover brasileiro que será lançado em outubro aqui. Outro futuro nacional é a nova geração da picape S10, da Chevrolet, que aparecerá ainda como conceito.
Certamente, os produtos ?made in Argentina? serão maioria, vários deles cujo principal mercado é o Brasil. É o caso da nova Ranger, da Ford, que começará a ser produzida em 2012 no país vizinho. Ou da versão aventureira da SpaceFox, batizada de SpaceCross. A Volkswagen também apresentará uma nova versão da picape Amarok, que pode ser equipada com câmbio automático ou mesmo um motor turbo a gasolina.
A Peugeot promete mostrar a nova versão topo de linha do sedã 408, que terá motor 1.6 turbo com injeção direta e câmbio automático de seis marchas, que deve desembarcar no Brasil no final do ano.
Celebridades internacionais
Embora bem menor que o brasileiro, o mercado argentino já possui uma tradição maior em vendas de importados além de uma logística mais simples. Com isso, muitos veículos chegam antes nas ruas do país vizinho. Não é à toa, portanto, que o Salão de Buenos Aires seja palco de algumas estréias importantes como a do Beetle do Século 21, a nova geração do modelo, e o Golf GTi da 6ª geração. A Citroën também trará sua linha premium DS, prometida para o Brasil apenas em 2012. Já a Nissan escolheu o sedã Versa, também chamado de Sunny, como antecipação de sua linha. O modelo deverá suceder o Tiida Sedan vendido nos dois mercados.