A Força Aérea Brasileira (FAB) informou na noite desta quinta-feira (29) que recebeu um sinal de emergência do avião desaparecido na região amazônica. A aeronave transportava 11 pessoas - quatro tripulantes e sete passageiros -, que estavam a serviço da Fundação Nacional de Saúde (Funasa).
Segundo a FAB, o sinal foi emitido 58 minutos após a decolagem. A aeronave seguia de Cruzeiro do Sul (AC) para Tabatinga (AM).
Ainda de acordo com a Força Aérea Brasileira, com base nas últimas informações, foi possível estabelecer uma área para o início das buscas, que vão prosseguir durante a noite.
Neste momento, sete aeronaves da FAB e uma do Exército Brasileiro participam das buscas ou estão em deslocamento para a região: dois helicópteros H-60L BlackHawk, um helicóptero HM-3 Super Cougar (Exército), um KC-130 Hércules, um SC-95 Bandeirante, dois C-105 Amazonas e um R-99, dotada de sensor para varredura térmica, a exemplo do que ocorreu no caso do voo AF-447.
Operação de vacinação
A enfermeira coordenadora da saúde indígena do Distrito de Alto Rio Juruá, Isna Silveira, informou ao G1 que a equipe voltava para Tabatinga (AM) e pegaria um barco até Atalaia do Norte (AM), onde vivia.
A equipe da Funasa havia usado o município de Cruzeiro do Sul como base para a operação de vacinação realizada no Vale do Javari, também em Atalaia do Norte (AM). Segundo a enfermeira, a equipe chegava mais rápido ao local das aldeias partindo de Cruzeiro do Sul.
?Eles saíram das aldeias e chegaram ontem aqui em Cruzeiro do Sul. Nós nos despedimos e eles voltaram para o Amazonas hoje de manhã. É terrível, porque criamos um vínculo. Estamos muito abalados?, afirmou Isna.
A enfermeira conta que a equipe é composta por dois homens e cinco mulheres, entre elas, uma gestante. Dois integrantes do grupo eram enfermeiros e os outros, técnicos em enfermagem.
A operação de vacinação teve início no dia 16 de outubro . O grupo seguia com helicópteros da Força Aérea Brasileira (FAB) e era deixado em aldeias da região do Vale do Javari para aplicar as vacinas de rotina e também doses especiais. A cada três dias, a aeronave da FAB voltava às aldeias para resgatar o grupo e levar para outras comunidades.
Desaparecimento
O avião Cessna C-98 Caravan da Força Aérea Brasileira (FAB) desapareceu na região da Amazônia, na manhã desta quinta-feira (29).
De acordo com o professor de aeronáutica Cláudio Roberto Scherer, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), o C-98 Caravan é usado para transporte, tanto na aviação civil quanto na militar.
"É uma aeronave de turbo-hélice pequena, usada para levar poucas pessoas em trajetos curtos", explica.
O comandante Renato Nascimento, ex-piloto da FAB e hoje na aviação civil, afirma que a aeronave "não tem muitos recursos". "É um aviãozinho pequeno, monomotor. O problema com o monomotor é que se o motor falha, você não tem outro", explica.