Acidentes de trânsito, invasão de animais nas pistas, asfalto esburacado, falta de sinalização são problemas comuns para quem utiliza a Avenida Professor Camilo Filho, na zona Sudeste de Teresina, nas proximidades da BR-343.
A situação se agravou na região devido a inauguração do Rodoanel, que liga as Brs-343 e 316, que tem como objetivo tornar o trajeto mais rápido e reduzir o trânsito de veículos pesados na zona Sul de Teresina. As consequências negativas da obra estão preocupando a população, que utiliza o percurso da Avenida Professor Camilo Filho.
Já por volta das 9h da manhã de sexta-feira (05), um carro colidiu em uma moto pilotada por um jovem, 21, que levava uma outra jovem, de 20. O motorista foi fazer uma conversão em local proibido, que deveria ter sinalização, e atingiu em cheio o motociclista, que vinha no sentido Sul-Norte. O veículo, modelo Corolla, arremessou a motocicleta e os jovens, a uma distância de 50 metros, deixando a metade da frente do carro destruída. A equipe do Samu foi acionada e foram encaminhados ao Hospital de Urgência de Teresina.
O motorista, que não quis se identificar, estava indo na direção Sul, ao mercado que fica na beira da avenida. “Quando eu parei para fazer o retorno, ele bateu e voou. Eu pensei até que eles tinham morrido. A distância era grande, não vi ninguém e ele então apareceu em uma velocidade absurda. Aqui falta sinalização para evitar esse tipo de acidente”, disse.
Elsa Maria, moradora do Deus Quer e tia da vítima, contou que a região registra muitos acidentes. “Agora foi a minha sobrinha. Eu estou desesperada, ela está em estado grave. Aqui tem muito acidente com motos”, completa.
O cabo Júlio César, da Companhia Independente de Policiamento de Trânsito (CIPTRAN), informou que o aumento de acidentes na região se deu devido ao grande fluxo de veículos. “Depois da inauguração do Rodoanel, um refúgio para quem quer chegar à BR-343, no sentido Teresina-Parnaíba, o índice de acidentes está maior ainda e as principais vítimas são os motociclistas. Grande parte dos problemas advém da falta de sinalização, falta de investimentos na segurança de trânsito na zona Sudeste e educação da população”, disse o cabo.
O líder comunitário e motorista de ônibus, há mais de 25 anos, Orlando Matias do Nascimento, disse que a situação da rodovia só piorou. “Aqui, o que mais se vê é uma cruz, parece um cemitério. Não há vias para pedestres e nem acostamento. Meu sobrinho morreu aqui, após colidir em uma vaca que estava no meio da estrada, em um trecho escuro”, disse.