O avanço do crack em Teresina e no Piauí já faz com que haja um déficit de pelo menos dois abrigos para crianças na capital. A informação é da psicóloga Elenice Macedo, do Lar da Criança ?Maria João de
Deus?, entidade que recebe crianças na Vila Operária. De acordo com a psicóloga, o crack é um dos principais fatores que vem levando ao aumento do número de crianças em abrigos.
O próprio Lar da Criança é um exemplo claro dessa dinâmica: há três anos, a casa abrigava 45 crianças.
Hoje, são 70. ?As drogas, sobretudo o crack, são as maiores responsáveis por esse processo, já que o uso abusivo por parte dos pais desestrutura as famílias e deixa as crianças sem referências para crescer?, explicou Elenice.
A falta da presença e do apoio de um pai e de uma mãe são agravadas pelas consequências psicológicas
sofridas por crianças que se encontram nessas situações. ?As sequelas são profundas. Sem os pais para nortear o crescimento, elas acabam enfrentando problemas pela falta de um ambiente familiar estável?, explicou a psicóloga, que também atua junto ao Centro de Reintegração Familiar e Incentivo à Adoção (CRIA).
Teresina tem seis abrigos que recebem crianças e adolescentes que esperam por adoção. Destes, apenas o Lar da Criança ?Maria João de Deus? recebe só crianças. A psicóloga argumenta que, de acordo com a nova Lei de Adoção, que entrou em vigor em 2009, o ideal é que as chamadas casas
de acolhimento devem receber 20 crianças cada ? como o Lar da Criança tem 70 delas, conclui-se que a
capital do Piauí precisa de pelo menos mais duas instituições dessa natureza.