A Raízen, em parceria com as montadoras Audi e Porsche, investirá R$ 24 milhões para expandir sua rede de pontos de recarga para veículos elétricos, com a instalação de 20 tomadas Shell Recharge até março de 2024 em postos localizados em rodovias.
As empresas ainda não divulgaram os locais ou regiões em que haverá tomadas, mas todas possibilitarão reabastecimento rápido, com capacidade de 150 kW, permitindo recuperar cerca de 80% da energia em 30 minutos. A instalação de pontos de recarga em locais públicos é uma questão crítica para a expansão do segmento em todo o mundo, visto que a infraestrutura não tem acompanhado o crescimento das vendas.
De acordo com a ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico), o ano de 2022 finalizou com 2.950 eletropostos em operação no Brasil. Nesse mesmo período, foram vendidos 8.458 automóveis 100% elétricos no país, totalizando cerca de 13,5 mil veículos desse tipo em circulação em território nacional.
Todos esses modelos são importados, sendo que a maioria deles foi trazida ao país por marcas de luxo, como Audi e Porsche. Essas empresas trabalham com volumes menores de vendas e produção, comercializando automóveis mais caros e com margem de lucro mais elevada, o que lhes permite assumir posições de liderança no processo de eletrificação.
De acordo com o CEO e presidente da Audi do Brasil, Daniel Rojas, a montadora já possui uma ampla variedade de veículos eletrificados e tem como objetivo expandir a infraestrutura de carregadores elétricos no país. "Sabemos que a expansão da eletromobilidade não depende apenas dos produtos, mas também de uma rede adequada para atendê-los em todo o país", afirmou Rojas em comunicado.
O modelo mais acessível da marca no Brasil é o SUV e-Tron, que é 100% elétrico e tem um preço aproximado de R$ 600 mil. Segundo a fabricante, o veículo pode percorrer até 436 km com uma única carga (medido pelo padrão europeu de medição).
Já na Porsche, a linha Taycan é a principal opção, com preços a partir de R$ 800 mil. As versões mais caras podem chegar a R$ 1,2 milhão.
A Audi e a Porsche fazem parte do conglomerado Volkswagen, que encerrou o ano de 2022 com a venda de 8,5 milhões de veículos em todo o mundo, abrangendo todas as opções de motorização. Em março deste ano, a companhia anunciou um investimento global de 180 bilhões de euros (cerca de R$ 994 bilhões) para o período entre 2023 e 2027, com foco na estratégia de eletrificação, principalmente nos mercados da China, dos EUA e da Europa.
No Brasil, a Raízen lançou em 2022 o seu programa de recarga rápida Shell Recharge, com o objetivo de instalar 2,5 milhões de tomadas em todo o mundo até 2030.
Ainda são raros os postos de combustíveis no Brasil equipados com carregadores elétricos, mas a intenção é expandir para todas as regiões do país. Atualmente, somente alguns estabelecimentos nas regiões Sul e Sudeste oferecem esse serviço.
A cobrança é feita com base na tarifa de energia elétrica, e o agendamento do abastecimento pode ser realizado por meio do aplicativo da Tupinambá, empresa responsável pela rede.
Os eletropostos da Shell, por exemplo, cobram a partir de R$1,90 por kWh para a recarga rápida. Porsche, Audi e Volkswagen, em parceria com a empresa de energia EDP, já instalaram 19 pontos de recarga em rodovias de São Paulo. Porém, esses locais ainda não têm um sistema de cobrança.
Outras marcas, como a Volvo e a BMW, também têm investido na instalação de eletropostos em diversos locais, como rodovias, condomínios, hotéis e shoppings.