Ator mexicano que fez papel de galã em 'Chaves' morre aos 83 anos

Artista lutava contra um câncer renal há quatro anos

reprodção | reprodução
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O ator, produtor e diretor de cinema, teatro e televisão Héctor Bonilla, que sofria de câncer renal, morreu nesta sexta-feira, 25, aos 83 anos. O artista mexicano ficou conhecido no Brasil por participar do clássico episódio 'Um Astro Cai na Vila', do seriado 'Chaves', no qual interpretou um galã, em referência a si mesmo.

"Informamos que hoje, 25 de novembro de 2022, após quatro anos de luta contra o câncer, morreu nosso querido esposo, pai, avô, companheiro e exemplo de vida: Héctor Bonilla", disse a nota escrita por seu filho Fernando Bonilla nas redes sociais. "Morreu em casa, em paz, sem dor e cercado por seu círculo mais íntimo, que o acompanhou até o fim", acrescentou.

Ator mexicano que fez papel de galã em 'Chaves' morre aos 83 anos (Foto: reprodução)

"Sabemos que Héctor deixou um legado imensurável e muitos corações lamentarão sua perda. Saibam que, apesar da tristeza infinita que nos assola, temos a tranquilidade de nos despedir de um homem que partiu sem dever nada a ninguém, que viveu intensa e plenamente, que sempre pregou pelo exemplo e semeou amor e alegria por cada caminho que percorreu como quis", completou o comunicado.

Além disso, os familiares compartilharam um epitáfio que o próprio Bonilla escreveu para si mesmo alguns anos atrás: "Acabou o show, não perturbem, quem me viu, me viu, não sobrou nada". O filho divulgou o vídeo com a mensagem.

No seriado 'Chaves', Bonilla participou do episódio 'Um Astro Cai na Vila', interpretando a si mesmo, como um galã. Héctor Bonilla surpreende a todos na vizinhança quando precisa de um macaco para consertar o carro. O Professor Girafales o ajuda e as mulheres lhe enchem de atenção.

Nascido em 1939, na Cidade do México, Bonilla teve tempo para desenvolver suas habilidades de atuação em novelas, séries de televisão ou filmes, mas também trabalhou como diretor, produtor e até músico. Ele estudou na Escola Nacional de Teatro do Instituto Nacional de Belas Artes do México (INBA), onde desenvolveu o talento de atuação que o levaria a participar de mais de 30 filmes e tantas novelas.

Aos 80 anos e, apesar de sofrer de um câncer renal desde o início de 2019, continuou exercendo sua profissão até os últimos dias e recebeu este ano o prêmio Ariel de Ouro da Academia Mexicana de Artes e Ciências Cinematográficas (Amacc).

Este é o maior prêmio concedido pela indústria cinematográfica mexicana e foi o toque final para uma carreira estelar que Bonilla construiu internacionalmente com "Rojo amanecer" (1990), filme que narra o movimento estudantil e o massacre de Tlatelolco, na Cidade do México, em 2 de outubro de 1968.

Outra das obras que lhe deu grande reconhecimento foi a peça de teatro "¡Vivan los muertos!", em que o governo mexicano implementou um programa que oferecia passagens gratuitas para crianças analfabetas e de classe baixa.

"Se formos rigorosos, a única verdadeira escola de atuação que existe é o teatro. Se você tiver dois meses de ensaio e depois o tempo que durar a apresentação, cada vez você se sairá melhor. Mas no cinema... 15 tomadas? Isso não é nada ", explicou Bonilla em uma homenagem prestada pelo Ministério da Cultura e pelo Instituto Nacional de Belas Artes (INBA) em 14 de agosto de 2019.

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