Ato pró-democracia tem confronto entre torcedores e PM em São Paulo

Ato organizado por torcidas de futebol na Paulista começou com coros por democracia. Houve encontro e tensão com apoiadores de Bolsonaro. PM entrou entre os grupos e usou bombas de efeito moral para dispersar torcedores, que atiraram pedras e paus.

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Um protesto pró-democracia organizado por torcidas de futebol, que começou de forma pacífica, teve confrontos com apoiadores do presidente Jair Bolsonaro e, depois, com policiais militares. O ato ocorreu na Avenida Paulista, região central de São Paulo, neste domingo (31).

Os principais momentos da manifestação foram:

Início por volta do meio dia, com coros pela democracia e sem confusão.

Encontro e tensão com grupos de apoiadores pró-Bolsonaro, por volta de 13h.

Início de confronto com a PM, que se colocou entre os dois grupos, às 14h.

Escalada da tensão entre a PM e torcedores, até por volta de15h. Manifestantes atiraram pedras e polícia jogou bombas de efeito moral.

Segundo a polícia , um homem de 43 anos foi agredido durante a confusão e socorrido na Santa Casa. Não há mais informações sobre o homem e os agressores.

Pelo menos cinco manifestantes foram detidos e levados ao 78º Distrito Policial dos Jardins. Segundo a PM, alguns estavam com produtos químicos e armas brancas.

Durante o confronto, a avenida foi bloqueada. Às 17h, o trânsito da Paulista foi liberado no sentido Paraíso, mas entre a Pamplona e a Peixoto Gomide os carros só utilizam duas faixas da via.

Início: união de torcidas e coro pró-democracia

Durante uma hora, as torcidas organizadas de Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Santos se manifestaram sem confusão na Avenida Paulista. Elas haviam convocado pela internet os atos de forma conjunta.

As torcidas dos principais clubes de São Paulo começaram o ato por volta de 12h, de forma pacífica pacífica, com coros e bandeiras defendendo a democracia. Também houve coros contra o governo Bolsonaro.

Diversos vídeos, que foram bastante compartilhados nas redes sociais, mostram as torcidas se reunindo no vão do MASP. O principal canto era apenas a palavra "democracia".

Em dado momento, os torcedores saíram caminhando em coro pela Avenida Paulista. A marcha seguiu pacífica, com a PM acompanhando de longe. Na frente da manifestação tinha uma faixa onde se lia: "Somos pela Democracia".

Encontro com apoiadores de Bolsonaro

A primeira confusão começou por volta de 13h. Inicialmente, o embate foi com um grupo de defensores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que também realizam ato no local a favor da reabertura do comércio durante a pandemia.

Gande parte dos manifestantes eram apoiadores da intervenção militar.

Neste momento, a Polícia Militar se colocou entre os dois grupos, para evitar confrontos entre eles. Mesmo assim, houve contato e tensão.

Um vídeo nas redes sociais mostra uma apoiadora do governo Bolsonaro com um taco de beisebol na mão sendo levada por um policial para longe dos manifestantes do ougro grupo.

Outro vídeo mostra uma troca de insultos aos gritos entre um manifestante do grupo dos torcedores e outro que vai para cima dele e diz ser veterano de guerra, pró-Bolsonaro.

Embate com a Polícia Militar

Por volta das 14h, ocorreu novo confronto, dessa vez entre policiais militares e os torcedores pró-democracia. Os PMs atiraram bombas de efeito moral e os torcedores arremessaram pedaços de pau e pedras nos policiais.

"A Polícia Militar designou mais de 200 policiais dos batalhões territoriais e especializados, como o BAEP, de Choque e do Trânsito para fazer a segurança de participantes e garantir a ordem nos atos iniciados por volta das 11h30 deste domingo (31), na Avenida Paulista. Durante os trabalhos, houve briga generalizada e a PM atuou para impedir o conflito entre os grupos antagonistas", diz nota da PM.

Segundo o coronel Álvaro Camilo, secretário executivo da PM de SP, por volta de 15h, não era possível afirmar ainda quem iniciou a confusão. “As imagens, os atos, analisando claramente vamos saber quem começou”, disse. “A Polícia vai agir agora para manter a ordem. Não interessa o grupo, não interessa o lado."

“A polícia estava ali entre os dois grupos antagônicos para manter a segurança de todos. Num determinado momento começaram a atirar pedras contra a Polícia Militar, que usou bombas de efeito moral”, disse o coronel Álvaro Camilo à GloboNews.

Foi feito um cordão de isolamento entre os dois grupos, que estavam entre os prédios do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e da Federação da Indústrias de São Paulo (Fiesp).

Ás 15h20, parte dos manifestantes fazia uma espécie de barricada ateando fogo em objetos no meio da Avenida Paulista, próximo à Rua da Consolação. Também foi colocada uma caçamba na rua e uma banca de jornal foi depredada. Policiais militares também permaneciam na rua, caminhando com escudos em direção ao grupo.

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