Ato de 'coletes amarelos' tem confrontos em Paris

Governo diz que há mais de 700 detidos

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Mais de 31 mil pessoas foram às ruas da França neste sábado (8) para protestar. Policiais dispararam bombas de gás lacrimogêneo contra protestos dos "coletes amarelos" no início deste sábado (8), em Paris. Já é o quarto fim de semana de manifestações contra a alta do custo de vida no país, entre outras demandas. 

Os confrontos ocorreram na avenida de Champs Elysées, onde, segundo a polícia, cerca de 1.500 manifestantes se concentravam. Eles tentaram marchar em direção ao palácio presidencial, mas foram impedidos pela polícia.

A polícia prendeu mais de 700 manifestantes por toda a França, disse Laurent Nuñez, ministro do Interior da França.

Depois, um outro foco de distúrbios se formou na região dos "grandes boulevares", onde ficam lojas como as Galeries Lafayette e Printemps, e também a ópera Palais Garnier. Carros e lixeiras foram incendiados e ao menos 50 pessoas ficaram feridas.

"Vamos fazer todo o possível para que este seja um dia sem violência, para que o diálogo que começamos nesta semana possa continuar dentro das melhores circunstâncias", afirmou na TV o premiê Edouard Philippe.

Nas estimativas do ministro do Interior, Laurent Nuñez, dos 31 mil manifestantes ao redor do país, 8 mil estão em Paris. 

Ainda segundo Nuñez, 575 pessoas foram detidas apenas em Paris.  Este número é superior ao total de detenções na capital, em 1º de dezembro.

A polícia apreendeu objetos como martelos, tacos de baseball e bolas de bocha. 

Na terça, Philippe anunciou a suspensão do aumento de impostos sobre os combustíveis por pelo menos seis meses.

Em Bruxelas, capital da Bélgica, também houve confrontos entre policiais e manifestantes vestindo coletes amarelos. Eles pedem a renúncia do premiê Charles Michel. 

A polícia usou spray de pimenta contra um pequeno grupo que destruiu placas de trânsito e jogou garrafas e outros objetos enquanto tentavam furar uma barricada próximo ao Parlamento Europeu. 

A fronteira entre a Itália e a França na altura de Ventimiglia foi bloqueada pelos manifestantes, segundo a polícia local.

A agência de notícias italiana Ansa citou informação do chefe da polícia de Imperia, Cesare Capocasa, de que o bloqueio estava causando uma fila de 6 km de carros entre os dois sentidos, na tarde deste sábado. 

"Estamos no local tentando manejar a situação de modo equilibrado", afirmou.

Cerca de 89 mil policiais foram destacados ao redor da França para atuar contra os manifestantes. Destes, 8 mil foram enviados para as ruas de Paris, numa tentativa de impedir uma repetição da confusão da semana passada, quando manifestantes incendiaram carros e saquearam lojas na famosa avenida de Champs Elysées.

Turistas e moradores preferiram ficar dentro de casa, e Paris parecia uma cidade-fantasma, com museus, lojas de departamento e o metrô fechados diante dos protestos.

Dezenas de ruas no centro de Paris foram fechadas para o trânsito, e a Torre Eiffel e atrações como o Museu d'Orsay, o Louvre e o Centre Pompidou não abriram suas portas. 

Muitas lojas colocaram placas de madeira nas vitrines para impedir saques. 

As autoridades estão realizando controles nas estações de trem e em pontos estratégicos da cidade.

De joelhos

Na sexta-feira (7), um vídeo que mostra estudantes ajoelhados e algemados pela polícia viralizou e chocou franceses. Durante a gravação da cena, o autor da gravação afirma: "Vejam, isso sim é uma classe comportada". Nos protestos de hoje, pessoas de coletes amarelos protestaram simulando a posição à qual os estudantes foram submetidos no vídeo.

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