Um novo ataque suicida registrado no norte do Paquistão causou a morte de 41 pessoas, a maioria civis, e deixou 45 feridos, um dia depois de o Exército destruir um quartel-general em Rawalpindi, perto de Islamabad, segundo o canal de televisão "Dawn".
O ataque ocorreu próximo a um mercado no distrito de Shangla, na Província da Fronteira do Noroeste (NWFP), e visava atingir um comboio que passava por um posto de controle. Shangla faz parte da divisão de Malakand, onde o Exército acabou em julho uma grande operação contra os insurgentes, no vale de Swat.
Conforme o ministro da Informação provincial, Mian Iftikhar Hussain, os feridos foram levados para um hospital próximo. As forças de segurança isolaram a área e decretaram toque de recolher na localidade para investigar o atentado, informaram diferentes órgãos de imprensa paquistaneses. Hussain diz que entre os feridos, seis estão em estado grave. No entanto, entre os mortos, seis eram soldados.
O movimento Tehrik-e-Talibã Paquistão (TTP) assumiu a autoria do atentado. Em entrevista coletiva em Rawalpindi, o porta-voz militar, Athar Abbas, afirmou que o ataque foi organizado no principal refúgio talibã no Paquistão, na região tribal do Waziristão do Sul. Segundo o canal privado "Geo TV", Abbas explicou que o objetivo dos insurgentes era sequestrar altos cargos militares para depois trocá-los por fundamentalistas presos. "Entregaram uma lista pedindo a libertação de cem pessoas, incluindo nomes de terroristas muito perigosos,", detalhou.
Abbas constatou também a presença de terroristas ligados a grupos fundamentalistas punjabis (etnia) no Waziristão. As últimas ações terroristas fizeram aumentar a especulação sobre o início de uma grande operação militar contra a insurgência no Waziristão. Nesta segunda-feira, o canal privado "Geo TV" informou a morte de 12 supostos fundamentalistas em bombardeios das forças de segurança em outra área tribal fronteiriça com o Afeganistão, Bajaur, informação que os porta-vozes militares consultados pela Agência Efe não confirmaram.
Por causa da morte em agosto do líder do TTP, Baitulá Mehsud, e da disputa interna pela liderança talibã, o número de atentados tem diminuído. O novo chefe dos fundamentalistas no Paquistão, Hakimulá Mehsud, advertiu recentemente que novos ataques serão realizados no Paquistão e no Afeganistão. Apesar da investida, ainda são frequentes os combates com os talibãs na área.
Este foi o quarto atentado registrado no Paquistão em só uma semana, após um período de calmaria na atividade terrorista. Na sexta-feira passada, um ataque suicida matou 53 pessoas em uma área comercial de Peshawar, capital da NWFP. Dias antes, outra ação suicída contra um escritório da ONU causou mais cinco mortes em Islamabad