Na madrugada deste domingo (23), um novo ataque aéreo realizado pela Rússia na cidade ucraniana de Odessa resultou na morte de uma pessoa e deixou outras 19 feridas, incluindo quatro crianças. O bombardeio ainda causou danos severos à maior catedral da cidade portuária.
"Odessa: mais um ataque noturno dos agressores", afirmou Oleh Kiper, governador da região no sul da Ucrânia, em uma mensagem divulgada no Telegram. De acordo com ele, 14 pessoas foram levadas ao hospital e outras seis casas e prédios de apartamentos foram completamente destruídos.
A administração militar da cidade relatou que a Catedral Spaso-Preobrazhenskyi, também conhecida como a Catedral da Transfiguração, sofreu danos severos durante o ataque. Esta basílica, consagrada em 1809, pertence à Igreja Ortodoxa Ucraniana (UOC), que possui ligações com Moscou.
De acordo com o governo, em seu canal Telegram, o ícone Kasperovska da Mãe de Deus, que é a padroeira de Odessa, foi encontrado e recuperado sob os escombros.
A UOC, embora seja a segunda maior igreja da Ucrânia, é seguida por uma minoria dos crentes ortodoxos do país, que optam por seguir outro ramo da fé. As autoridades ucranianas acusam a UOC de manter laços com a Igreja Ortodoxa Russa, mas a organização afirma ter rompido essas conexões com os russos em maio de 2022.
O Ministério da Defesa da Rússia relatou ataques a alvos na área de Odessa, porém negou ter atingido a catedral, sugerindo que o prédio provavelmente foi alvejado por um míssil antiaéreo ucraniano.
Nos últimos dias, os russos têm realizado ataques quase diários em Odessa e outras instalações de exportação de alimentos ucranianos, após retirarem-se de um acordo mediado pela ONU que permitia o embarque seguro de grãos da Ucrânia.
A Rússia justifica esses ataques como vingança por um ataque ucraniano a uma ponte construída pelos russos para a Crimeia. Além disso, acusa a Ucrânia de usar o corredor marítimo para lançar "ataques terroristas".