Associação das Prostitutas promove ato por políticas públicas

Intenção do ato foi de cobrar do poder público estadual e municipal

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A Associação de Prostitutas do Piauí (Aprospi) promoveu, na manhã de ontem (02), um encontro em alusão ao Dia Internacional das Prostitutas. O evento foi realizado no Anfiteatro da Praça da Bandeira, localizada no centro de Teresina. A intenção do ato foi de cobrar do poder público estadual e municipal melhorias na criação de políticas públicas voltadas às profissionais do sexo.

"Os órgãos do Estado e do município devem dar uma atenção especial às prostitutas. Não queremos apenas acompanhamento psicológico. É necessário que seja dado mais apoio e ações de cidadania para nós. Nossa profissão deve ser valorizada como qualquer outra", reivindica Célia Gomes, presidente da Aprospi.

A Praça da Bandeira foi o local escolhido para a realização do encontro, por ser considerada pela associação como uma região da cidade onde há maior incidência de prostitutas. "Viemos para cá porque seria mais fácil das profissionais participarem. Poucas vieram, pois algumas ficam com medo de retaliação", acrescenta Célia.

A presidente da associação disse, ainda, durante o ato, que a Aprospi desenvolve ações de conscientização das profissionais do sexo acerca dos riscos de contaminação de Doenças Sexualmente Transmissíveis.

Segundo levantamento da associação, das 600 prostitutas filiadas na entidade, 16 são portadoras do vírus HIV. O índice é considerado baixo por Célia Gomes, que atribui o número ao trabalho de educação sexual da Aprospi.

Segundo ela, todas as infectadas estão passando por tratamento médico.

Já a coordenadora do programa de DST/AIDS da Fundação Municipal de Saúde, Andrea Fernanda Lopes, acredita que o número apresentado pela Aprospi não está em consonância com a realidade.

"Achamos que o número é bem mais alto porque o HIV é um vírus silencioso. A pessoa pode passar até três anos sem manifestar a Aids, que é quando a quantidade de células de defesa cai e a pessoa começa a apresentar outras complicações por conta da baixa imunidade", supõe.

Durante o ato, além da Fundação Municipal de Saúde, Secretaria Municipal do Trabalho, Cidadania e de Assistência Social (Semtcas), Rede de Apoio Amigo no Ninho e o Centro de Referência das Mulheres local disponibilizaram material educativo sobre prevenção de DST/AIDS e preservativos masculinos e femininos.

Data histórica - No dia 2 de junho de 1975, 150 prostitutas ocuparam a Igreja de Saint-Nizier, em Lyon, na França. Elas protestavam contra multas e detenções, em nome de uma guerra contra o rufianismo (atividade de quem tira proveito da prostituição alheia), e até contra assassinatos de outras profissionais do sexo.

O movimento se ampliou para outras cidades francesas. No dia 10 de junho, às 5 horas da manhã, as mulheres da Igreja de Saint-Nizier foram expulsas pela polícia.

Ao ter a coragem de denunciar o preconceito e chamar a atenção para a situação em que viviam, as prostitutas de Lyon entraram para a história. Por isso, o 2 de junho foi declarado, pelo movimento organizado, como o Dia Internacional da Prostituta.

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