A arte, em geral é uma forma de abrir a mente para novas idéias. Na construção de uma tela é possível abranger diversos mundos. Buscando trazer seus mundos para a arte, pacientes do Hospital Areolino de Abreu começaram a expor nesta sexta-feira peças da mostra ?Arte e Mente?, produzidas durante sessões de terapia ocupacional. A terapia ocupacional já é desenvolvida na unidade desde 1990.
As peças expostas, que renderam até um catálogo, foram produzidas entre 1993 e 2009. Ao todo são 36 pinturas que estão expostas nos corredores do próprio hospital. A supervisora da Terapia Ocupacional do Hospital Areolino de Abreu, Nívea Rocha, explica que vários pacientes participaram da produção das peças. ?São pinturas produzidas ao longo da permanência do paciente no Areolino de Abreu?, destaca a supervisora.
Algumas das telas em exposição já participaram de mostras e prêmios locais e nacionais. ?É uma exposição que reúne obras produzidas desde 1993 até hoje. Não há um número certo de pacientes que produziram pela rotatividade existente?, explica Nívea Rocha. Para as peças em exposição, que renderam até um catálogo, foram 10 artistas produzindo. Entre eles estava Maria da Aparecida, que faz questão de assinar suas peças como ?Cidinha?.
?Eu estava em alta depressão e precisando soltar pensamentos negativos que estavam presentes dentro de mim?, conta Cidinha sobre sua experiência com a terapia ocupacional. Cidinha ressalta que a terapia ocupacional foi importante também como incentivo para que os pacientes pudessem lutar pelos seus sonhos. ?Sempre pensei no sonho de ter meus trabalhos apreciados e mostrar que somos capazes?, relata Cidinha que retrata muitas paisagens nas 4 peças que estão em exposição.
Cidinha já teve peças expostas em mostras nacionais como o 3o concurso de arte dos correios em 2003. ?Fui aprovada pelos Correios e me senti muito feliz. São momentos em que eu crio e me sinto como um pássaro?, ressalta. A supervisora de terapia ocupacional do hospital destaca que este é um dos aspectos ressaltados no trabalho. ?A gente percebe uma melhora pelo aumento do potencial expressivo assim como efeitos fisiológicos. Nossa principal busca é para melhorar a socialização?, comenta Nívea Rocha. (C.R.)