A cidade de Sorriso, no Mato Grosso é considerada nacionalmente como a mais rica do agronegócio mas, recentemente tornou-se a mais letal para as abelhas. A cidade registrou o extermínio de mais de cem milhões de abelhas devido ao uso agrotóxico Fipronil, lançado por meio de aviões agrícolas em uma fazenda de algodões no mês de junho .
A aplicação desse inseticida por meios aéreos é proibida. Um dia após o uso do agrotóxico no local , apicultores da cidade de Sorriso , Sinop e Ipiranga do Norte, identificaram as mortes instantâneas das abelhas em suas colmeias . Pelo menos 600 caixas foram perdidas devido a contaminação .
As caixas de colmeia chegam a ter 170 mil a 220 mil abelhas cada uma nesta época do ano, o que indica uma alta produção de mel, com isso é possível obter o cálculo da quantidade de abelhas mortas pela contaminação. Após a notificação sobre da morte das abelhas, membros do Instituto de Defesa Agropecuária estadual conduziram uma investigação minuciosa acerca do incidente. Os resultados das análises concluíram que a causa da contaminação foi a presença da substância fipronil.
Embora o Ibama tenha autorizado o uso desse inseticida, seu potencial tóxico para abelhas implica que a aplicação por meio de aviões não seja permitida.
"O produto não tem registro de aplicação aérea, a receita agronômica que foi apresentada para nós era para aplicação na cultura da soja e também não era para aplicação na propriedade em que a gente constatou a irregularidade",disse Rodrigo Vicenzi, engenheiro agronomo.
Conforme os resultados da investigação, constatou-se que o agrotóxico foi aplicado de maneira imprópria, levando à responsabilização do proprietário da fazenda responsável pela aplicação. Como consequência, ele foi multado em R$ 225 mil.
Segundo o Ibama, atualmente, o Brasil enfrenta a ameaça de extinção de cinco espécies de abelhas. Dessas, quatro foram prejudicadas devido ao uso inadequado de agrotóxicos em Mato Grosso. O uso incorreto do fipronil configura um crime ambiental.
Diante desses acontecimentos, o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso encaminhou o relatório às autoridades competentes, ou seja, ao Ministério Público e ao Conselho Regional de Agronomia. Essa ação visa a responsabilização civil, criminal e profissional dos envolvidos.