O excesso de jumentos no Piauí traz à pauta uma discussão já acirrada: o abate desse animal para consumo humano. O caso já virou discussão em algumas regiões do Brasil, a exemplo da Câmara dos Deputados do Rio Grande do Norte, que concentra 90% da espécie no Brasil. Lá eles buscam levar a carne para o consumo de detentos e alunos da escola pública.
A versão dessa história é duramente rebatida pela Associação de Proteção e Amor aos Animais (Apipa). De acordo com a veterinária e representante da entidade, Sra Roseli, melhor do que matar, seria juntar todos em um mesmo espaço.
?A sociedade como um todo tem que discutir! A criação de santuários seria uma saída. No país nós temos exemplos de animais que foram cruelmente levados para circos?, disse ela.
Para o professor da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Manoel Henrique, a ideia não vai para frente por falta de viabilidade econômica para sustentar o projeto, além do abatedouro ser caro e especial. ?Um agronegócio se faz pela quantidade de animais que se tem. Nós temos 200 milhões de bois no Brasil e não temos 3 milhões de jumentos. Só em abrir um matadouro a espécie seria exterminada e não há condições para isso. Precisaria também que o matadouro tivesse uma inspeção federal, até porque se trata de animais com idade avançada que poderiam ter doenças transmissíveis para o ser humano.?
Diversos estudantes foram questionados se comeriam a carne de jumento e a maioria considerou que comeria sem nenhum problema.