Após namorado ser morto, jovem lança movimento LGBT na Síria

O sírio Hussein Sabat, de 24 anos se deparou com a violência

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Fala-se muito sobre a Síria e os refugiados provenientes do país, mas raramente a homofobia é uma das pautas. Apesar disso, o problema é bastante grave no território, onde membros do Estado Islâmico atiram homens acusados de serem gays do alto de edifícios para uma multidão assistir. Se sobrevivem à queda, eles são apedrejados até a morte pelo grupo.

O sírio Hussein Sabat, de 24 anos se deparou com a violência quando seu namorado Zakaria, com quem mantinha uma relação há quatro anos, foi decapitado pelo EI e uma gravação da morte foi enviada à família da vítima. Dois anos depois, os arredores de sua cidade natal, Afrin, começaram a ser bombardeados pelo Estado Islâmico e ele se viu obrigado a fugir da Síria. Hoje, vive na Turquia, um país relativamente mais liberal, mas ainda assim bastante repressivo em relação à comunidade LGBT.

O jovem soube a respeito da competição Mr. Gay Síria através de um grupo de apoio LGBT que participa junto ao organizador do evento. A ideia era realizar uma competição para que o vencedor pudesse representar o país no concurso Mr. Gay World.

Ele acabou entrando na ideia após perceber que o que estava em jogo era a causa LGBT e o mais importante não seria o físico dos participantes, mas sua capacidade de falar em prol da causa. Este ponto foi tão decisivo que uma das fases do processo é uma entrevista em que os organizadores buscam ter certeza de que os candidatos são capazes de aguentar a pressão e o risco de se tornarem alvo de ataques homofóbicos.

Após o processo, cinco competidores participaram do Mr, Gay Síria. Sabat optou por uma apresentação mais contida e venceu a competição após apresentar um monólogo impactante sobre o sofrimento dos gays no mundo árabe.

É graças à perseguição contra gays no país que Sabat decidiu que precisava chamar a atenção para o assunto. O concurso também originou uma campanha para que mais refugiados gays consigam asilo na Europa, onde terão a oportunidade de viver sua sexualidade de maneira mais livre.

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