Pai acusa a Apae de negligência após o filho autista fugir e morrer

O menino foi encontrado sem vida poucas horas depois de sair do local, dentro de um valo com água.

Menino de 9 anos encontrado morto tinha autismo | João Laud/RBS TV
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Uma criança de nove anos com autismo morreu no Litoral Norte do Rio Grande do Sul depois de desaparecer da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), escola que frequentava no município de Terra de Areia. A família acredita que ele possa ter fugido. O menino foi encontrado sem vida poucas horas depois de sair do local, dentro de um valo com água.

O velório, na manhã desta quinta-feira (3), foi marcado por comoção e revolta. Os parentes buscam explicações para o que aconteceu, como mostra reportagem do Jornal do Almoço (veja no vídeo ao lado).

O garoto desapareceu no início da tarde de quarta-feira (2). "Até agora eu não entendi como ele conseguiu fugir. Na minha impressão, foi negligência, falta de atenção com ele. Eu vou mover montanhas para saber exatamente o que houve", disse o pai do menino, Eduardo Thomassin. "O pátio da Apae é todo aberto. Não tem uma cerca, só um portão. Para mim, não oferecia segurança nenhuma. Claro, é mais fácil de cuidar os alunos maiores, mas e os pequenos que nem o meu? Em um piscar de olhos, ele fugiu", completou.

Para o avô da criança, há falhas na cerca do entorno do prédio da escola. Em uma parte, o arame está totalmente levantado e até mesmo uma pessoa adulta consegue passar por ali. A criança percorreu cerca de 500 metros, no meio do mato, e caiu em um buraco com água.

Assim que soube do sumiço, a família começou uma busca desesperada. O pai e o irmão mais velho encontraram o corpo da criança no fim da tarde. "Meu guri me disse: "olha pai, o tênis dele aqui". Estava bem na entrada do valo, onde a terra é mais mole", contou o pai. A criança foi encontrada afogada sob uma árvore.

A Apae admite que a porta da frente estava aberta. A direção não quis se manifestar e designou um estagiário para falar com a reportagem. "Todas as medidas que nós achamos necessárias, de segurança, a qualquer aluno, nós tomamos", declarou Israel Souza da Silva. O corpo do menino será enterrado às 16h.

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