Após ataques de brasileiros, Venezuelanos fogem de Roraima

Venezuelanos que viviam pelas ruas da cidade foram expulsos

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Imagens publicadas nas redes sociais e veiculadas pela agência de notícias Reuters mostram uma fila de venezuelanos atravessando a fronteira de volta ao seu país neste sábado (18), após atos de violência e destruição em acampamentos de imigrantes em Pacaraima, em Roraima. Os moradores da cidade chegaram a bloquear a BR-174, na entrada da cidade, por cerca de 5 horas.

A situação, segundo a Polícia Militar, ocorre em razão do assalto a um comerciante na noite dessa sexta-feira (17). A suspeita é que o crime tenha sido praticado por venezuelanos, conforme a PM. Ainda não há informações sobre pessoas feridas ou detidas.

O tumulto começou por volta das 7h (hora local) desde sábado. O vigilante Wandenberg Ribeiro Costa, um dos organizadores do ato, disse que cerca de mil moradores de Pacaraima participaram do protesto e que todos os venezuelanos que viviam pelas ruas da cidade foram expulsos de onde estavam. No entanto, ainda não há informações oficiais de quantos venezuelanos de fato atravessaram a fronteira de volta ao país neste sábado.

De acordo com Costa, o ato dos moradores foi motivado pela insegurança causada pela imigração na fronteira. O assalto ao comerciante, segundo os manifestantes, foi o estopim para a revolta da população contra os venezuelanos.

"Expulsamos todos os venezuelanos", disse Costa mais cedo. "Queremos que se tenha um controle rígido de entrada na fronteira e que seja estipulado um horário para circulação de pessoas que fazem compras em Pacaraima", acrescentou ele, contanto ainda que todo o ato foi organizado pelas redes sociais logo após o assalto ao comerciante.

O vigilante Wendel Pereira do Vale, morador da cidade, disse que desde cedo o clima é tenso nas ruas. Segundo ele, venezuelanos que viviam em acampamentos improvisados foram expulsos de onde estavam e tiveram seus pertences queimados pela população.

á venezuelanos atacados por brasileiros em um ato em Pacaraima, cidade na fronteira, relataram terem sofrido sucessivas agressões. Com medo, muitos deles decidiram voltar a pé para o país.

"Chegaram nos atacando, atirando pedras, garrafas. Foi muito violento. Aqui moravam crianças, mulheres, recém nascidos de dois meses. As pessoas saíram correndo. Foram empurradas. A gente tentava se defender, mas não podia porque era muita gente", disse a venezuelana Mariver Guevara, de 42 anos.

Ela vivia com a filha de 13 anos em um acampamento improvisado às margens da rodovia na fronteira.

Parte dos venezuelanos expulsos das ruas e de acampamentos em Pacaraima pelos se abrigou em uma área externa do posto de fiscalização da Secretaria Estadual da Fazenda de Roraima (Sefaz). O lugar fica um pouco antes da entrada da cidade, onde foi montada a barricada na rodovia.

Pacaraima é a porta de entrada para venezuelanos que fogem da crise política, econômica e social no país de origem e entram no Brasil. A estimativa é que entrem 500 venezuelanos por dia pela fronteira do estado.

Após o tumulto neste sábado, o Ministério da Segurança Pública informou que enviará, na próxima segunda-feira (20), 60 militares da Força Nacional para Roraima a fim de apoiar o contingente que já atua no estado a conter episódios de violência entre brasileiros e venezuelanos.

Assalto a comerciante

O estopim para os ataques deste sábado foi o episódio envolvendo o comerciante Raimundo Nonato de Oliveira, de 55 anos. Ele foi vítima de um assalto quando chegava em casa com uma familiar na noite dessa sexta-feira (17), informou a Polícia Militar.

De acordo com a PM, ele sofreu uma lesão na cabeça possivelmente causada por uma paulada. Familiares relataram a polícia que os suspeitos eram venezuelanos. O comerciante foi removido a Boa Vista em razão da gavidade do ferimento.

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