Animais famintos comem uns aos outros para sobreviver em zoo

A triste situação, porém, mobilizou uma campanha pelo Facebook

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Um zoológico de Taiz, sul do Iêmen sofre em meio à guerra civil. Famintos, os bichos estão sem receber alimentação a meses. Por conta disso eles começaram a comer uns aos outros e até a se automutilar para sobreviverem.

A morte ronda cerca de 280 deles, e o canibalismo se tornou uma solução bárbara encontrada pelo instinto animal. A situação do zoo revela os limites da natureza selvagem: um leopardo macho comeu sua companheira na jaula.

O ONU afirma que a guerra no Iêmen deixou cerca de 21,2 milhões de pessoas, 82% da população, necessitadas de assistência humanitária ou proteção. Por conta disso os animais ficaram abandonados no zoológico vazio.

A triste situação, porém, mobilizou uma campanha pelo Facebook, em nome de Taiz Zoo para que alguns desses animais sejam salvos, são 20 leões e 26 leopardos árabes raros.

Espécie em extinção, o leopardo árabe vive a ironia de se extinguir não pela caça predatória ou pela mudança climática, mas simplesmente pelo abandono, sem nenhuma contrapartida pela perda de sua liberdade.

Nos últimos cinco meses, 11 leões e seis leopardos já morreram. Chantal uma das funcionários do parque disse que o zoológico está fazendo um balanço de quanta comida e água são necessárias. Até agora foram contabilizados 281 animais ameaçados. Entre os felinos que agonizam também estão linces e hienas. Mas outras famílias de mamíferos também estão sendo corroídas pela fome, como órix (antílope), cobras, crocodilos, babuínos, corujas, papagaios, emas, falcões e até mesmo abutres.

O resgate já começou, com um carregamento de alimentos tendo chegado no último dia 13. Mas Chantal teme que seja tarde. Afinal, muitos animais já ultrapassaram qualquer limite de resistência.

Ela tem esperança, porém, que muitos possam se salvar. Um site que se prontifica a colaborar é o do grupo Generosity, ela avisa, no entanto, que o trabalho será árduo, necessitando da chegada de mais alimentos. E, acima de tudo, que a guerra acabe logo. Para o bem dos homens e dos animais.

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