A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) definirá na próxima terça-feira (29), o valor do reajuste das bandeiras tarifárias.
Lembrando que a cobrança extra na conta de luz ela deve acontecer quando o custo de produção de energia aumenta, o que é muito comum a partir do final do primeiro semestre.
Esse novo reajuste que será definido pela Aneel deve começar a vigorar a partir de julho. É nessa época que passa a ser aplicada a bandeira tarifária na cor vermelha, seguindo o patamar 2. Ela representa a taxa mais elevada do sistema.
De acordo com a Aneel, os níveis dos reservatórios estão baixos, e a perspectiva não é nada favorável para os próximos meses, daí a razão do aumento na tarifa.
O cenário, acrescenta a agência, "sinaliza horizonte com reduzida capacidade de produção hidrelétrica e elevada necessidade de acionamento de recursos termelétricos". A energia produzida pelas usinas termelétricas é mais cara se comparada com a das usinas hidrelétricas.
Aumento
Segundo o diretor-geral da Aneel, André Pepitone, a bandeira vermelha patamar 2 terá reajuste superior a 20%. Com isso, deverá passar dos atuais R$ 6,24 cobrados a mais a cada 100 quilowatts/hora consumidos (kWh) para mais de R$ 7,50.
A bandeira vermelha 1 e a amarela também devem ser reajustadas, mas o aumento ainda não foi informado. A bandeira verde continuará sem cobrança adicional.
A bandeira vermelha 2 começou a ser aplicada em junho, e a expectativa é que continue em vigor ao menos até novembro.
Impacto na conta de luz
Segundo o Ministério de Minas e Energia, o país gastará R$ 9 bilhões a mais para gerar energia de janeiro a novembro de deste ano em razão acionamento extra das usinas termelétricas.
O reajuste a ser anunciado pela Aneel na próxima terça-feira é sobre as bandeiras tarifárias, não sobre o valor total da conta de luz. Mas o aumento do valor das bandeiras, por consequência, gera impacto na conta de luz.
André Braz, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), explicou ao G1 que, quando é aplicado reajuste médio de 15% na bandeira tarifária, o impacto médio na conta de luz é de 5%.