Uma pesquisa da Universidade Estadual de Michigan, nos Estados Unidos sugere que crianças com mães amorosas são mais saudáveis com o passar dos anos e menos propensos a distúrbios psicológicos, como ansiedade, estresse e depressão. Especialistas alertam, que mesmo com o ritmo frenético dos tempos atuais, a convivência com os filhos torna a relação afetiva entre mães e filhos amistosa para a vida toda, possibilitando-os a viverem melhor.
A pesquisa publicada pela American Psychological Association afirma que as pessoas que têm boas lembranças na infância, especialmente da sua relação com os pais, tendem a ter melhor saúde, menos depressão e doenças crônicas na fase adulta. A coordenadora do serviço de psicologia da Uespi, Mariane Siqueira, explica a importância da relação afetiva entre mães e filhos.
“O estabelecimento de um vínculo entre mãe e filho ajuda o desenvolvimento saudável do bebê/ criança. A criança durante seu crescimento necessita de uma figura de referência, em quem ela possa confiar, que lhe permita sentir-se segura”, diz Mariane e justifica que “dessa forma, a mãe, ou o cuidador substituto, se apresenta como peça fundamental para a elaboração dos estados emocionais da criança, o que vai influenciar na integração das suas vivências e na relação com o meio em que se insere”.
O estudo revela que ser uma mãe atenciosa e carinhosa durante a infância dos filhos não só ajuda os pequenos a cresceram mais seguros como também diminui as chances de doenças crônicas na vida adulta. Em relação à pesquisa, quando os especialistas analisaram elementos específicos, observaram que as crianças que tinham recebido mais afeto materno durante aquele período tiveram níveis mais baixos de ansiedade, hostilidade e angústia em geral. Para Mariane, o amor materno saudável e natural, cheio de ternura para com o filho, é algo que ficará gravado na psique da criança, bem como em sua alma e nas suas lembranças mais íntimas.
Receber afeto ajuda na formação da personalidade
Segundo a psicóloga, as demonstrações de afeto, através de um vínculo saudável, principalmente mãe/filho são de fundamental importância para a formação da personalidade e vão influenciar diretamente nas relações sociais que o indivíduo irá estabelecer ao longo da vida. Crescer em um lar com uma família amorosa, tem efeito positivo no bem-estar, reduzindo o estresse e até casos de depressão na vida adulta. Isso permite a constituição de um suporte estável para vivenciar e enfrentar de maneira mais positiva as situações adversas que surgirão.
“O cuidado, o apoio emocional, o vínculo saudável estabelecidos com as figuras parentais no início do desenvolvimento, e as relações posteriores com o meio social são todos fatores que contribuem para formação da personalidade do indivíduo, garantindo a ele uma capacidade de responder de maneira mais positiva a situações adversas do cotidiano, como situações de tristeza, estresse, luto e transtornos em saúde mental como um todo”, argumenta a psicóloga.
As circunstâncias culturais de décadas passadas, onde as mães eram as maiores responsáveis por cuidar dos filhos, hoje é influenciada pelo comportamento do trabalho. Mariane explica que “as exigências sociais, principalmente quanto a emprego dos pais, são maiores e ocupam grande parte do tempo deles, que acabam até por terceirizar o cuidado dos filhos a outros”, lembra.
O que o experimento mostra é que “quanto maior o calor da mãe, menor será o mal-estar dos adultos”. Concluindo: o carinho de mãe para filho não só ameniza a angústia, mas também interfere no desenvolvimento das habilidades sociais da criança e na sua capacidade de enfrentar com sucesso determinadas situações durante a idade adulta.