A mulher é morta pelo simples fato de ser mulher. Assim é o feminicídio, ou seja, o homicídio praticado contra mulheres, motivado por violência doméstica ou discriminação de gênero.
Só em 2018, 56 mulheres foram assassinadas no Piauí, sendo 27 feminicídios. Segundo a polícia, uma ameaça que não é denunciada pode, sim, acabar em feminicídio. Só nos primeiros cinco meses de 2019, foram registrados 12 feminicídios no Piauí, e todas essas mulheres foram assassinadas pelos companheiros.
Por ter altos índices do crime no Estado do Piauí, foi criado o Dia de Enfrentamento ao Feminicídio. O Estado tem diversos mecanismos de combate ao crime, e entre eles estão: o aplicativo 'Salve Maria', a Central de Flagrantes de Gênero e quatro Delegacias Especializadas.
De acordo com a subsecretária de Segurança, Anamelka Cadena, o Piauí tem criado políticas públicas de proteção à mulher.
"Podemos dizer que a gente tem muitas políticas públicas, já sendo desenvolvidas em âmbito do Estado do Piauí, inclusive sendo modelo para outros Estados, em razão das boas práticas que têm implementado, desde o início da lei, que veio trazendo essa circunstância qualificadora do feminicídio, e se preocupou com a qualidade os procedimentos policiais, com a existência de uma unidade especializada para a investigação dessas modelagens de práticas", disse a subsecretária.
Ela enfatizou ainda que, além de todas essas políticas públicas, ainda existe a preocupação com a qualidade dos procedimentos e de outras performances de denúncias. "A gente começou a perceber desde o início a sinalização de práticas de violências recorrentes, com muitos feminicídios, no âmbito da violência doméstica familiar. E dizer que o feminicídio é um assassinato de mulher, por ser mulher", finalizou Anamelka.
A mulher precisa de ajuda para denunciar o companheiro. É esse o trabalho do Centro de Referência 'Esperança Garcia', que atualmente atende 64 mulheres, realizando o atendimento psicológico e o fortalecimento econômico.
De 2016 até agora, 528 mulheres já passaram pelo Centro e todas conseguiram romper com o ciclo de violência e salvar a própria vida. Essa matéria foi veiculada no Programa Setenta Minutos, apresentado pelas jornalistas Shirley Evangelista e Eli Lopes.