Despontando como um celeiro de conhecimentos, o projeto BAJA é pioneiro no Piauí; com o objetivo de aliar a teoria à prática, os alunos do curso de Engenharia Mecânica do Instituto Federal (IFPI) desenvolvem o protótipo de um veículo off-road (fora de estrada) ano após ano, participando de todas as etapas; testando e aprimorando cada detalhe, visando uma melhor preparação para o mercado de trabalho. É uma mágica que se difunde entre os estudantes e possibilita a inserção na rotina produtiva.
Criada em 2009, a ação se desenrola como uma das mais promissoras do ramo no Estado e possibilita o intercâmbio de informações entre todas as unidades federativas e até mesmo outros países do mundo. “Esse projeto existe em todo o planeta, é uma associação bastante reconhecida onde os próprios alunos trabalham na criação”, comenta a estudante Thalyta Coelho.
O resultado da dedicação é amplificado em duas competições promovidas pela fundação que coordena o programa no Brasil, abrangendo uma etapa regional e outra nacional. “Também participamos de feiras tecnológicas”, comenta o integrante André Vieira. Dentre estas inserções, está a PiauíTec, na qual os alunos apresentaram o trabalho desenvolvido nos últimos meses, pensando nos desafios a serem disputados em 2015.
Atualmente o foco está na confecção do quarto veículo do projeto, o Antares, o planejamento de modo acelerado, já que em março do próximo ano ocorrerá mais uma competição. “No geral, eles têm doze meses para construir um novo protótipo, ou seja, o tempo de uma disputa para a outra”, conta o professor Francisco Fernandes. Contudo, nem sempre essa é uma tarefa simples, tendo em vista o período em que os participantes se encontram. “Não dominamos ainda todas as disciplinas, então sempre combinamos de estudar por fora determinado assunto, há uma divisão de temas, depois nos reunimos e repassamos o que aprendemos. É uma troca de aprendizados”, vislumbra Thalyta Coelho.
O apoio dos docentes também é primordial no desenvolvimento do veículo. “O grupo tem um professor coordenador, que inclusive é ex-aluno do curso, desse modo ele também possui a experiência necessária para nos transmitir”, comenta o aluno Lucas Costa. A função extra-classe exige o esforço diário dos estudantes, que muitas vezes sacrificam momentos de lazer para produzir. “Pode procurar que nos horários vagos nós estamos aqui”, garante Coelho.
A carga de aulas do curso é um empecilho para que a equipe tenha mais participantes, pois alguns acabam sacrificando a experiência para se dedicar às disciplinas regulares. Apesar disso, a união é uma fortaleza. “No geral, nosso grupo permanece trabalhando há muito tempo”, comenta Fernandes. A cumplicidade faz com que vários desafios impostos sejam ultrapassados, afinal, para a maioria, é uma chance infindável de transformar o sonho em realidade.
Seleção dos participantes é minuciosa
Adotando papéis hierárquicos, o projeto BAJA funciona como uma empresa, dotado de coordenação e diversas gerências. “No início passa uma lista onde cada um coloca a área que mais tem afinidade”, comenta o integrante Anderson Nunes. Sob esta perspectiva, a seleção dos participantes se faz minuciosamente. “O curso é novo, mas percebendo a experiência da própria instituição, vemos que a forma de seleção vai continuar exigindo cada vez mais”, diz o professor Francisco Fernandes.
A iniciativa compartilha espaço com outras experiências no curso, apesar disso busca por uma vaga no time é acirrada. “Aqui aprendemos a trabalhar em equipe”, visiona a estudante Thalyta Coelho. A ansiedade por melhores resultados também demanda a cobrança. “À medida que aprendemos juntos, também vamos percebendo o que dá para melhorar e assim existe essa análise”, afirma. (F.T.)
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