Além dos aguapés, que são consequência principalmente da sujeira desembocada no rio, outro problema também pode ser apontado nesse período mais quente do ano no Poti.
Agora, os aguapés estão dividindo o leito dos rios com as canaranas, planta comum nas margens de rios e lagos, que começaram a surgir e já estão atraindo o gado.
De acordo com o engenheiro agrônomo, Raimundo Bezerra de Araújo, o aparecimento desse tipo de planta é fruto da poluição dos rios. As canaranas só podem oferecer riscos quando possuem um nível alto de metais pesados.
No caso do Rio Poti, as substâncias presentes nos aguapés podem até ser benéficas aos bovinos.
"As canaranas são plantas sadias para os animais, elas servem de alimentos para eles. Agora, é necessário saber qual a espécie está se alastrando no leito do rio Poti", ressalta o engenheiro ao informar que esse tipo de vegetação só começa a interferir na vida dos peixes quando o espelho da água reduz e elas continuam a se expandir, o que faz com que exista uma diminuição da área que os peixes precisam para sobreviver.
Para o ambientalista Edmilson Miranda de Moura, a vida dos peixes fica bem mais difícil com a existência das canaranas, já que elas indicam que há uma alta taxa de matéria orgânica nas águas. "Com essas plantas no rio, a quantidade de oxigênio para os peixes é reduzida e isso afeta a sobrevivência deles", completa.
Por conta do problema da poluição, que resulta no aparecimento dos aguapés e das canaranas, várias consequências vêm a interferir na vida do rio. A curto prazo, o desenvolvimento dos aguapés e das canaranas, devido a alta carga de matéria orgânica, é o problema mais visível.
Já em longo prazo, a possibilidade de vidas em todo o rio será impossível. Além disso, o mesmo não poderá ser usado para irrigação de hortas e para práticas esportivas.